São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
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Plano Diretor fracassa em SP ao criar 'temor'

DA REPORTAGEM LOCAL

Plano Diretor fracassa em SP ao criar `temor'
O Plano Diretor de São Paulo é o objeto de estudo da tese de doutorado do professor Luiz Carlos Costa, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Costa partiu de sua experiência como urbanista e estudou as sucessivas propostas de plano diretor para a cidade nos anos 70 e 80.
O Plano Diretor estabelece as diretrizes que determinam o crescimento de uma cidade, ao descrever, por exemplo, quais regiões serão industriais ou residenciais.
Costa fundamentou sua tese em quatro pontos principais: a crítica ao planejamento urbano integrado, os desafios impostos pela crise urbana pela qual São Paulo passava nos anos 70 e 80, a concepção politizada do processo social de produção e a estruturação do espaço construído e, finalmente, os avanços da burocracia.
Segundo Costa, a confecção de um Plano Diretor parecia ser uma necessidade na década de 80, especialmente devido ao agravamento da crise econômica e à explosão dos movimentos populares e da sociedade civil, incentivados pela consolidação da democracia.
Ou seja, na impossibilidade de o Estado atender às carências da população, nada melhor que uma ação pública estrategicamente planejada conseguisse maximizar os efeitos das intervenções possíveis.
Mas, por outro lado, segundo Costa, ``a maior parte das forças sociais mostrava-se refratária à idéia de se instituir um Plano Diretor". Isso por causa das indefinições políticas no processo de tomada de decisões sobre o plano.
Para Costa, o fracasso nas sucessivas tentativas de um Plano Diretor para São Paulo refletia o temor de que esse plano viesse a ser manipulado por forças políticas que dominassem sua elaboração.

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