São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995 |
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Ibama reúne criadores de jacaré
PAULO YAFUSSO
``Queremos que as peles tenham um padrão brasileiro", disse Fernando Dal'Ava, coordenador da Divisão de Fauna do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em Brasília. Com a padronização, os produtos brasileiros teriam garantia de qualidade e maior poder de competitividade no mercado internacional. O encontro vai acontecer em Cáceres (244 km a sudoeste de Cuiabá-MT). A criação de jacarés em cativeiro no Brasil começou a se expandir em 1980. De acordo com o Ibama, em 92 a exportação foi de 233 peles. Cresceu para 7.026 em 93 e, no ano seguinte, saltou para 31.537 peças. Segundo Dal'Ava, os principais consumidores das peles de jacarés do Brasil são a Ásia e a Europa. Pela Lei de Fauna, só podem ser exportadas peles de jacaré ``wet-blue", ou seja, pré-curtidas e prontas para serem usadas pelas indústrias estrangeiras. Elas são usadas na confecção de calçados, bolsas e cintos. Para vender as peles no mercado internacional, é preciso ter autorização da Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção), formada por membros de 127 países. No Brasil, só cinco funcionários do Ibama -que participam do Cites- podem dar a autorização. O órgão ainda não tem um levantamento sobre a expansão da atividade no país. A carne de jacaré é vendida no mercado interno, principalmente para restaurantes. Para o diretor da Coocrijapan (Cooperativa de Criadores de Jacarés do Pantanal), Aloísio de Barros, a criação de jacarés representa ``a redenção do pantaneiro". Barros disse que o centímetro de pele de jacaré brasileiro está cotado no mercado internacional a US$ 2,85. Cada animal rende em média 29 centímetros de pele, o que garante um rendimento de US$ 82,65 por jacaré. Texto Anterior: Linguagem técnica confunde consumidor Próximo Texto: Radar fotográfico coíbe excesso de velocidade Índice |
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