São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
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Feira reúne mais de 90 mil

DO ENVIADO ESPECIAL A TURIM

Nos primeiros três dias (até sábado passado), cerca de 90 mil pessoas haviam visitado a Feira do Livro de Turim. Cada ingresso custava cerca de R$ 10,00.
Espera-se um público 10% maior do que no ano passado. Há muita gente reclamando que livro não é para feira.
Mas é muito menos gente do que nas Bienais do Livro de São Paulo, por exemplo. O Brasil é mais interessado em cultura?
A resposta parece estar com Elena Salem, presidenta da Associação Italiana de Pequenos Editores: ``As pessoas estão atrás de eventos, não de livros", diz.
Giuliano Vigini, da Editrice Bibliografica, deu ao ``Corriere della Sera" um número alarmante: 72,3% dos italianos não compraram um só livro no ano passado.
Mas as editoras esperam para 1995 um faturamento entre 6% e 7% maior do que o do ano passado. A Itália registrava 2.754 editoras em 1994. Hoje tem 2.966.
Além de Norberto Bobbio, as outras duas grandes atrações da Feira do Livro foram o artista pop americano Roy Lichtenstein e o historiador Eric Hobsbawm.
Lichtenstein participou do debate ``A Pop-Art: Revelação e Revolução". Ele não revelou nada de excepcional sobre o movimento.
Disse que lhe agradava a idéia de ``fazer qualquer coisa de estúpido contra uma arte pretensiosa que não tinha nada de narrativa". Então, tá bom.
Hobsbawn, falando no debate ``Onde Está a Direita, Onde Está a Esquerda?", fez uma defesa desta divisão político-ideológica.
Para ele, a ```distinção entre direita e esquerda é sempre válida".
Nós assistimos, diz, ao aparecimento de uma nova direita que tem absorvido um ``paradoxal anarquismo econômico".

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