São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995 |
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Falta de gás pára indústria
FERNANDO RODRIGUES
``Ninguém quer, mas se a greve continuar algumas empresas paradas já se vêem obrigadas a conceder férias coletivas para os seus funcionários", diz Adauto Ponte, presidente da Abifa (Associação Brasileira de Fundição). Cerca de 50% das 1.000 indústrias de fundição no país usam gás como combustível principal. A Abifa fez ontem uma reunião de emergência para analisar a situação do setor. Não há, ainda, uma relação de empresas paradas. Segundo Ponte, ``já estão paradas as fundições da Cofap e da Édem, ambas de Santo André". A Cofap é a maior indústria de autopeças do país. A indústria de fundição é fornecedora de outras empresas. Quando esse setor pára, há um efeito rápido na cadeia produtiva. Por exemplo, são as indústrias de fundição que fornecem os blocos dos motores de automóveis e tratores para as montadoras. Documento A reunião da Abifa ontem também serviu para que os diretores da entidade redigissem um documento sobre a greve. O texto seria enviado para grevistas e governo. Até as 19h, quando a reunião ainda não estava concluída, não era intenção da Abifa tomar partido sobre a greve. Segundo Adauto Ponte, ``as partes serão chamadas à responsabilidade". Ponte, mesmo dizendo não ser favorável a uma das partes, declarou que a Petrobrás não pode ficar ``nessa posição irredutível" de não negociar. ``E o governo não vai acabar se for negociada alguma coisa com os grevistas". As cerca de 1.000 indústrias filiadas à Abifa têm um faturamento previsto de US$ 3 bilhões este ano. São empregados 54 mil trabalhadores no setor. No caso de o fornecimento de gás ser interrompido por completo e 50% das indústrias de fundição pararem, Adauto Ponte prevê um prejuízo de aproximadamente US$ 6 milhões por dia. Texto Anterior: Impasse se mantém em Cubatão Próximo Texto: Fornecimento de gás é crítico em SP Índice |
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