São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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Cavallo negocia novo empréstimo

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia, Domingo Cavallo, já está negociando com bancos comerciais um novo empréstimo de US$ 2 bilhões, para que possa cumprir com as metas definidas no acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O acordo com o fundo foi assinado em março, antes das eleições de 14 de maio. Cavallo já admite reservadamente, entre seus assessores, que não terá condições de cumprir as metas de arrecadação fiscal programadas no acordo.
Bancos dos EUA estão conversando com Cavallo sobre a possibilidade de a Argentina lançar novos bônus no exterior, no valor de US$ 2 bilhões. Este empréstimo aliviaria as exigências do FMI.
Oficialmente, a equipe de Cavallo continua afirmando que a Argentina cumprirá todas as metas do FMI, por temer nova crise de confiança do mercado externo em relação ao programa econômico.
O secretário de Programação Econômica, Juan José Llach, disse ontem que não haverá dificuldades para cumprir as metas acertadas.
``Desminto as versões no sentido de que a Argentina teria solicitado ou solicitaria `waiver' (perdão ao FMI por não cumprir as metas do acordo)", disse Llach.
Em outubro de 94, Cavallo foi obrigado a abandonar acordo com o FMI porque também não podia seguir cumprindo as metas de corte nos gastos públicos e aumento da arrecadação de impostos.
Na prática, a impossibilidade de cumprir o acordo já é discutida entre os principais assessores do presidente Carlos Menem na Casa Rosada, sede do governo.
Pelo acordo com o FMI, Cavallo teria que economizar US$ 5 bilhões entre julho e dezembro de 95. Isso significa que o ministro teria que obter estes recursos com arrecadação e corte de gastos.
Na prática, o acordo com o FMI foi feito às pressas. O objetivo era permitir o ingresso de financiamentos externos que evitassem quebra geral no sistema bancário.

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