São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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Paris é uma festa

THALES DE MENEZES

Na próxima segunda-feira começa o segundo torneio do Grand Slam da temporada. Por duas semanas, os melhores do mundo vão trocar raquetadas no charmoso parque de Roland Garros, na zona oeste de Paris.
Essa edição do Aberto da França não deve trazer grandes mudanças em relação ao torneio do ano passado, e isso é muito bom. Mesmo sem a tradição centenária de Wimbledon, Roland Garros talvez seja o torneio mais agradável da temporada, para público e tenistas.
Para início de conversa, o lugar é lindo de morrer. Um clube gigantesco com alamedas arborizadas, uma praça central com estátuas dos grandes tenistas do passado que é ideal para um lanchinho, muita comida boa em lanchonetes e quiosques, além de uma banca de jornais gigantesca com as principais publicações da Europa.
Quer mais? Uma lojinha com produtos da grife Roland Garros, e não se tratam de camisetas fuleiras e chaveirinhos. Todas as peças à disposição seguram um padrão de qualidade excelente.
E tem muita coisa para comprar: uniformes completos para tenistas, bolsas, jogo de malas, roupão de banho, bolinhas de tênis, material para escritório, gravatas, relógios, bijuterias e jóias, uma linha de perfumes e até automóveis. Todos com a grife RG.
Claro que tudo isso custa muito. Para quem não está com fundos disponíveis, o melhor é passear pelo lugar. Estrelas do cinema francês e aquele time de modelos estonteantes que aparece nas páginas das revistas de moda também aparecem por lá.
Para ajudar, Roland Garros costuma ser menos castigado pelas chuvas do que Wimbledon e US Open. O grande vilão que perturba os tenistas por lá é o vento, que às vezes é fortíssimo, a ponto de influir no resultado de alguns jogos. Para os espectadores, até que o vento agrada, para quebrar um pouco o calor que prenuncia o verão europeu.
Outra atração particular são os batalhões de estudantes. As escolas de Paris têm o hábito salutar de enviar turmas inteiras e ruidosas para passar uma tarde vendo os jogos. É um interessante espetáculo de hormônios em efervescência.
Isso tudo faz a festa em Roland Garros. Para não dizer que não falei de tênis, um palpite: Thomas Muster. Não vai ter nem para Andre Agassi, o número 1, nem para o atual bicampeão do torneio, Sergi Bruguera. Thomas Muster, na cabeça, porque o austríaco está jogando uma barbaridade no saibro.

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