São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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Nova música pode substituir `Som Brasil'

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

A direção da Rede Globo estuda a produção de um musical experimental, em horário semanal alternativo, para exibir novos talentos e músicos brasileiros.
O musical deve substituir o ``Som Brasil", programa mensal que apresenta nomes de maior destaque da MPB (Música Popular Brasileira) e que corre o risco de ser cortado da programação 95.
As fórmulas apresentadas até agora pelo diretor do ``Som Brasil", Jodele Larcher, foram rejeitadas pela cúpula da emissora, que considera o programa desgastado.
Já não foram aprovadas as gravações do primeiro ``Som Brasil" que iria ao ar em 95, realizada em 11 de abril na casa de espetáculo Metropolitan, na Barra da Tijuca.
O resultado final da edição do programa foi considerado ruim. O grande astro da noite seria João Gilberto, com convidados como Djavan, Zizi Posse e João Bosco.
Por atrasos normais de gravação, Gilberto só subiu ao palco por volta das 4h da madrugada, quando a maioria do público pagante já havia ido embora. Ele tocou para uma casa vazia.
Diante do fracasso da primeira gravação, estudaram-se novas fórmulas. O programa seria apresentado por Fábio Jr. e Daniela Mercury. Depois, só com Fábio Jr. Nada agradou à direção.
Anteontem, foram canceladas as gravações no Metropolitan de um novo ``Som Brasil", desta vez tendo como convidados Jorge Benjor e o grupo Raça Negra, entre outros.
Embora as chances sejam mínimas, o programa -agendado para ir ao ar na Terça Nobre, uma vez por mês- ainda pode ser salvo, se a equipe de Larcher apresentar algo convincente.
Mas a própria direção da emissora acha difícil esta hipótese. Há muito que a Globo considera sem apelo para a TV o ``Som Brasil", que não tem conseguido boa audiência.
Sem contar as gravadoras, também não satisfeitas. Elas cobrem os custos da apresentação de seus artistas e, com a fraca audiência, não têm o retorno esperado.
Um dos problemas é que as gravadoras querem que os artistas apresentem músicas já muito tocadas nas rádios. Assim, na hora da exibição na Globo, cai a atenção do público.
Com um musical em horário alternativo (de pouca concorrência), a Globo se livraria de um problema -a baixa audiência do ``Som Brasil"- e ainda incentivaria novos talentos.

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