São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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CD sobre Woodstock frustra expectativas

ROGER MOREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Tenho feito muitos shows e desde fevereiro não tinha tido um fim-de-semana livre. Estava ansioso por curtir meus primeiros três dias de paz e sossego depois de quase três meses de trabalho incessante. No entanto, aceitei o pedido da Folha para analisar o CD-ROM do aniversário de 25 anos do festival de Woodstock.
Afinal, aquilo não era propriamente trabalho. Seria divertido adicionar ``três dias de paz e música" ao meu descanso.
O sonho começou a acabar depois de ``Woodstock", a canção de abertura do programa que eu, nostalgicamente, ouvi inteira antes de começar a brincar com o CD.
No item Music, o primeiro que escolhi dos cinco itens disponíveis, não consegui acionar as letras das músicas e nem o Blazing Trails, programinha de desenhos psicodélicos que você poderia fazer enquanto ouvia as músicas.
Frustrante. Nada errado com meu micro, muito superior à configuração exigida pelo programa e funcionando às mil maravilhas.
Depois eu vejo isso, vamos ouvir as músicas. Durante a audição, fotos lindíssimas são mostradas (um dos pontos altos do programa) e pequenos trechos do filme.
Aí, outro problema: o primeiro vídeo que entrou mandou o volume do som lá pra casa do capeta, quase estourando minhas caixas de som ligadas a um amplificador.
Tive que baixar o volume do amplificador para quase zero. As canções são apenas oito, mas bem escolhidas, incluindo uma inédita de Janis Joplin. Estranhamente, nenhuma de Jimi Hendrix. Talvez em outra seção, quem sabe?
Pulei para Performers, outro item, com discografia, biografia, fotos (às vezes foto, no singular) e vídeos de alguns artistas.
Discografia incompleta, biografia resumida, poucas fotos e apenas trechos de vídeo. Malhado.
Afinal, o que é isso? Propaganda dos lançamentos do vídeo com mais cenas e do CD com mais músicas? Apesar de cenas inéditas do Mountain e de Janis Joplin, de novo nada de Jimi Hendrix.
Vou para Time and Place e leio uma das reportagens sobre o festival. Olha, eu estava com a maior boa vontade com o CD, mas a reportagem não ia até o fim.
Clico em outra reportagem, dessa vez da ``Billboard". Ah, legal, uma matéria completa. E boa! O único lugar onde ficamos sabendo quem realmente se apresentou no festival, inclusive os pouco divulgados, como Johnny Winter, Creedence Clearwater Revival, elogiado, Ravi Shankar, Iron Butterfly e Blood, Sweat ant Tears.
Segundo o jornal, Jimi Hendrix arrasou no hino nacional americano. Pois é.

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