São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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Petroleiros; O leão e a informática; CUT; Solidão; Jimmy Carter; Maluf e o cinto; Juízes; Cafundó

Petroleiros
``O PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) considera o direito de greve como um direito constitucional inerente ao Estado democrático. A greve, último recurso após esgotadas as possibilidades de diálogo, deve sempre ser exercida dentro dos parâmetros da lei. Neste grave momento em que os direitos de milhões de brasileiros estão sendo atingidos, fazem-se necessárias duas ações: a volta imediata dos petroleiros ao trabalho em estrito cumprimento à decisão do TST e o início concomitante de ampla negociação que resulte em um novo acordo. O PNBE faz um apelo aos dois lados para que busquem, pela negociação, a solução dos presentes conflitos."
Pedro de Camargo Neto, 1º coordenador-geral do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (São Paulo, SP)

``Vivemos sob o domínio das corporações e a ditadura dos sindicatos. Essa é uma excelente oportunidade para acabarmos com os monopólios."
Gilberto M. da Silva (Curitiba, PR)

O leão e a informática
``Com referência à reclamação do leitor Radoico Câmara Guimarães, no Painel do Leitor de 22/5, vimos informar que a Receita Federal colocou à disposição dos contribuintes disquetes-programa que podem ser instalados tanto em drive 5 1/4 quanto em 3 1/2. Quanto à utilização de impressora jato de tinta, informamos que o reclamante deve estar tendo problemas com seu equipamento, uma vez que o programa permite a impressão em impressora matricial, em jato de tinta e em laser. Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos a respeito."
Robespierre de Mello, da assessoria de Comunicação da Superintendência da Receita Federal (São Paulo, SP)

CUT
``A carta do professor Leôncio M. Rodrigues, publicada nesta coluna em 16/5, acrescenta mais equívocos e inverdades à sua entrevista publicada nesta Folha em 15/5. Para conhecer uma fábrica e seus processos de produção não bastam visitas, entrevistas com gerentes ou diretores esporadicamente. É preciso conhecer também a realidade dos que lá vivem e produzem com todo o tipo de arbitrariedade, periculosidade e insalubridade, com os prejuízos físicos e mentais que suas atividades provocam. Continuo a exercer minha atividade na fábrica, assim como muitos dos nossos dirigentes, a despeito de inúmeros compromissos que tenho enquanto presidente de uma das maiores centrais sindicais do mundo. Se o setor público hoje é obrigado a fazer greves, com certeza não é porque os trabalhadores acham essa atividade divertida, mas sim pelo descaso com que são tratados pelo governo. Quanto à crise no sindicalismo mundial e à proteção aos sindicatos existente na legislação do país, o estudioso omite a posição da CUT, desde sua fundação em 1983, pelo fim do imposto sindical, pela autonomia sindical, pela adoção das convenções da OIT sobre o tema. A CUT tem sucessivamente aumentado o seu índice de sindicalização voluntária, detendo hoje a marca de 30%, enquanto que a média nacional não ultrapassa os 18%. Nossa trajetória tem sido a de lutar pela mais ampla democracia e liberdade de expressão. Por isso causa-nos estranheza ver um estudioso qualificar as legítimas manifestações de trabalhadores de fascistas ou stalinistas. Finalizando, gostaria de reafirmar o respeito que tenho, assim como toda a CUT, pelos estudiosos e pesquisadores que nos procuram e com os quais mantemos intensa colaboração."
Vicente Paulo da Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores (São Paulo, SP)

Solidão
``Antes de apresentar minha reclamação, quero dizer que a Folha sempre foi alvo de meu respeito e admiração, pela posição de destaque que ocupa em nossa sociedade. Apesar disso, tive um grande desgosto com determinada matéria publicada no dia 7 de maio. Consultado pela repórter e editora-adjunta do Mais!, Maria Ercília Galvão, concedi entrevista pelo telefone sobre o tema: solidão e BBS. Aquela que seria uma matéria sobre o assunto solidão em BBS, ou algo do tipo, teve seu objeto transferido para conversas de cunho erótico-sexual de gosto duvidoso. Acompanhada de minha fotografia, a matéria teve o seguinte título: `Fazer cyber-sexo é fogo, faltam palavras' em letras garrafais. Infelizmente a matéria passou a impressão de que eu fui o autor da frase-título, fato totalmente errado e absurdo. Completando o erro, foi publicado o nome da empresa para a qual trabalho sem que me pedissem autorização. Ora, a matéria não guardava nenhuma relação com minha empresa, logo, não havia motivos para a divulgação desse dado pessoal. Esses dois fatos desagradáveis geraram outros piores. Primeiro, todos fizeram ligação do título com minha pessoa, e isso foi alvo de gozação, chacota e humilhação pública. De forma igual, fui chamado por meus superiores na empresa para que explicasse o porquê da publicação do nome da empresa em matéria com título tão repugnante. Até mesmo escutei que poderia ser dispensado por esse motivo, o que realmente é acatado pela CLT. Por fim, a repórter passou uma imagem dos usuários de redes e BBS como se esses fossem um bando de moleques sedentos por sexo e sem um mínimo de inteligência."
Marcos Furquim de Mendonça (São Paulo, SP)

Jimmy Carter
``Com a coluna assinada pelo ex-presidente Jimmy Carter (Mundo, 21/5), passamos a ter uma idéia de como são complicadas as negociações visando neutralizar os conflitos -étnicos em sua maioria- que começam a ameaçar a paz de toda a humanidade. A linguagem simples que utiliza e a objetividade de suas colocações tornam acessível o entendimento de questões tão polêmicas e perigosas."
Jorge Rita (Florianópolis, SC)

Maluf e o cinto
``O jornalista Gilberto Dimenstein, na sua coluna do dia 22/5, faz elogios ao prefeito Paulo Maluf por causa da queda do número de mortes no trânsito de São Paulo, graças à lei que obriga o uso do cinto de segurança. Há um grave equívoco do jornalista. O responsável por esse fato é o vereador Murilo Antunes Alves, do PMDB, autor do projeto de lei aprovado pela Câmara. O que está ocorrendo é que o prefeito Paulo Maluf faz propaganda pelo Brasil afora como se esse projeto fosse dele."
Odilon Guedes, vereador pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Gilberto Dimenstein - Não há equívoco nenhum. Reconheço o mérito do vereador Murilo Antunes Alves, mas o fato é que o prefeito Paulo Maluf enfrentou pressões que consideravam a medida inconstitucional, transformou-a em prioridade e conseguiu implementá-la. O vereador do PT, certamente preocupado com questões sociais, há de concordar que o problema do país não é a falta de leis, mas a disposição de implementá-las.

Juízes
``A respeito de declarações de minha autoria publicadas na reportagem `Crise no TRT aponta para controle externo' (Folha, 14/5), sinto-me no dever de esclarecer que a referência a juízes que atuam à margem da lei teve como destinatários exclusivos os magistrados envolvidos em escândalos. Não tive a intenção de generalizar, até porque os juízes que agiram ilicitamente constituem minoria."
Wadih Damous Filho, vice-presidente do Sindicato dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ)

Cafundó
``Parabéns pelo bom `curima' (trabalho) realizado pelo repórter Sérgio D'Avila na matéria `Cafundó -terra preta' (Revista da Folha, 14/5). Foi estimulante encontrar vida inteligente neste suplemento. As palmas também vão para a sensibilidade de Bob Wolfenson pela belíssima foto de capa."
Adriana Ferraz C. Tintori e Cassiano Elek Machado (São Paulo, SP)

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