São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995 |
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Blindados, metralhadoras
NELSON DE SÁ
Disse, por exemplo: - Alguns deles infelizmente já foram demitidos. Parecia piada, ou ofensa, o "infelizmente". Outro momento de simpatia do ministro das Minas e Energia: - Não deve haver vencidos ou vencedores. Também parecia brincadeira, até incitação, a mão estendida do intransigente vencedor aos vencidos pelas armas. Talvez mais importante, uma terceira frase tranquilizadora, do ministro: - As tropas do Exército foram chamadas apenas para assegurar que o retorno dos trabalhadores ocorra sem incidentes. Se o objetivo foi "apenas" evitar os incidentes, o efeito, obviamente conhecido de antemão, foi outro muito diferente, e maior. As tropas do Exército implantaram uma eloquência de urgência e medo n televisão e no país. Sobre imagens de "blindados", de "metralhadoras", "soldados encapuzados", como sublinhou a televisão, anunciou-se em inflexão de emrgência: - Soldados do Exército ocupam refinarias há 20 horas, no Jornal Nacional. - A CUT reage dizendo que presença do Exército é uma atitude burra, no TJ. A produção talvez volte ao normal nas refinarias da Petrobrás, como indicava ontem o governo, também na televisão, e pode muito bem ser que marque o fim e a humilhação dos grevistas. Mas a cena que fica não é mais a das intermináveis filas do gás, e sim a dos blindados, dos soldados encapuzados -que andam surgindo com grande frequência na televisão, nestes tempos tucanos. Vidas em risco A direção do PT, quer dizer, Lula e Rui Falcão, "diz em nota que a lembrança de Volta Redonda, em 1988, deveria aconselhar o governo a não radicalizar, pois coloca vidas em risco", como registrou a CBN. É o que falta, um mártir -para explodir em violência o que hoje ainda é "tensão", na avaliação do TJ. Texto Anterior: Câmara acata texto das `teles' em 1ª votação Próximo Texto: Senado facilita mudança de texto Índice |
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