São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995
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REPERCUSSÃO

Mário Covas, governador de São Paulo - ``A ocupação era inevitável. Na medida em que a refinaria está inteiramente paralisada, alguém precisa tomar conta dela. Ao ocupar a refinaria, o Exército não está cometendo nenhum ato de violência pessoal contra ninguém."

Marcello Alencar, governador do Rio de Janeiro - ``Não há alternativa. É o que determina a lei e as instituições. O governo não pode admitir o desabastecimento e a paralisação da economia. Eles (os petroleiros) estão achando que podem paralisar a nação."

Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda - ``Defendo a ocupação das refinarias pelo Exército, mas os soldados deveriam ir desarmados. É lamentável, mas necessária. As palavras agora são moderação, cautela, prudência e cabeça fria para que a gente tenha logo uma solução para essas questões."

Goffredo da Silva Telles, advogado - ``Isso me repugna profundamente. Tudo que é feito dessa maneira dá a impressão de que é um atentado à democracia. Isso causa em mim uma espécie de revolta, de nojo, pois tenho muito receio de atitudes de força."

Miguel Reale, professor emérito de direito da USP - ``O governo demorou para tomar essa atitude. A greve é um direito que tem de ser respeitado, desde que exercida na forma da lei. Conhecida a decisão do TST, não pode persistir a greve e menos ainda a ocupação das refinarias. É um ato de rebelião civil."

Senador Esperidião Amin (PPR-SC), presidente do PPR, falando em nome do partido - ``Respeito muito a Petrobrás, mas não admito que pessoas humildes paguem ágio para obter um botijão de gás. O presidente Fernando Henrique agiu como era o seu dever. Minha palavra é de apoio à ocupação das refinarias."

Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) - ``A atitude do governo foi acertada e em consonância com a população, que quer o fim da greve. O governo não pode deixar de cumprir a decisão do TST e tem obrigação de fazer as refinarias funcionarem. O presidente está certíssimo."

Senador Jáder Barbalho (PMDB-PA), líder do seu partido - ``Tenho que prestar solidariedade ao governo. O respeito à lei é fundamental. Se o Sindicato dos Petroleiros tivesse vencido o governo na Justiça, estaria do lado da entidade."

Vicente Paulo da Silva (Vicentinho), presidente da CUT - ``A atitude do governo é, em primeiro lugar, burra. A ocupação representa fraqueza do governo e não vai acabar com a greve. Enquanto não houver negociação, nada mudará. Os grevistas estão orientados a não reagir nem provocar os soldados."

Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical - ``Não vejo com bons olhos a intervenção do Exército. Este não é o melhor meio de acabar com a greve. O melhor meio é a negociação. Mas respeito a posição do governo. Esta greve precisa acabar, pois está prejudicando a população."

Paulo Pereira da Silva (Paulinho), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo - ``Não posso apoiar esta ocupação, mas também não posso deixar de concordar que esta greve tem que acabar. A paralisação está punindo a população."

Jair Meneguelli, deputado federal (PT-SP) e ex-presidente da CUT - ``A atitude do governo demonstra falta de argumentos para reivindicar. É uma atitude intransigente, uma recusa ao diálogo. Era perfeitamente possível que a situação se resolvesse sem a ação militar, que não levará a nada."

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