São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995
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Acervo das cartas recebidas pelo escritor só será aberto em outubro

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de interditada durante 50 anos, a correspondência passiva do escritor Mário de Andrade será aberta ao público em outubro.
Segundo a professora Telê de Ancona Lopes, responsável pelo acervo, são cerca de 7.000 cartas recebidas pelo escritor.
Andrade lacrou as cartas e pediu que só fossem abertas 50 anos depois de sua morte.
Atualmente, o acervo está na coleção Mário de Andrade, que pertence ao IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), da USP.
O livro ``Portinari, Amico Mio" não é o primeiro a ser publicado com as cartas de Mário de Andrade. Já foram publicados livros semelhantes com a correspondência do escritor para Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava.
Mas, para saber o que contêm as cartas recebidas por Mário de Andrade, será preciso esperar mais cinco meses. Entre as cartas, há diálogos de Mário de Andrade com figuras importantes da cultura nacional -como Drummond, Nava e Oswald de Andrade.
O escritor também mantinha correspondência com músicos, como o compositor Francisco Mignone. Além disso, Andrade recebia cartas de escritores iniciantes, que buscavam conselhos e avaliações. E não costumava deixar carta sem resposta.
Poucos dos que mantinham relação epistolar com o escritor ainda estão vivos. É o caso do escritor Fernando Sabino.

Pesquisa
O acervo foi aberto para pesquisa em outubro do ano passado. Oito pessoas, entre pesquisadores e estagiários, trabalham sobre o material.
Atualmente, as cartas estão sendo ordenadas em forma de índice e acondicionadas adequadamente. Além disso, está sendo preparada uma descrição analítica de todo o material.
Parte do acervo, contudo, continuará vedado à consulta, mesmo depois da abertura. Uma comissão que tem a participação da família do escritor Mário de Andrade é responsável pela seleção desse conjunto.
Um advogado faz parte da comissão que conduz o processo de abertura do acervo ao público. Ele estuda as questões legais -direitos autorais, por exemplo- que envolvem a divulgação das cartas.
(LAR)

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