São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 1995
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Filas continuam em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA ABCD

As filas nas portas dos distribuidores de gás de São Paulo continuaram longas ontem, no 23º dia da greve dos petroleiros. A espera por um botijão em alguns postos de venda chegava a seis horas.
O desempregado João Batista Monteiro, 45, e sua mulher, a dona-de-casa Laura Monteiro, 38, chegaram à distribuidora Ultragaz, no Ipiranga (zona sul de SP) às 4h de ontem. Saíram às 10h, com dois botijões novos.
``Estava sem gás há três dias, cozinhando na casa do meu irmão", disse Monteiro.
Um lugar na fila para comprar um botijão era vendido por até R$ 15,00. O transporte de botijões em carrinhos era feito por R$ 1,00.
Segundo o Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito), a distribuição de gás de cozinha caiu 50% desde o início da greve.
O gás de cozinha acabou nas revendedoras da região do ABCD. A Folha falou ontem com dez empresas que vendem gás e nenhuma tinha o produto. Outras três não tinham atendimento.
As revendedoras não recebem gás há mais de uma semana. A Theodoro, em São Bernardo, era a única que tinha gás para uso industrial. Nenhuma tinha previsão de novo abastecimento.
Segundo as engarrafadoras, o recebimento de gás não é suficiente para suprir as revendedoras. Elas estão vendendo o produto apenas nas portarias. A venda domiciliar também foi suspensa.
``Precisamos receber pelo menos 130 toneladas de gás só para abastecer a portaria e estamos recebendo 120", disse Carlos Eduardo Apezzatto, gerente industrial da Agip Liquigás no Estado de São Paulo.
Nos postos de gasolina, não houve filas ontem. O problema maior era o óleo diesel, que acabou na maior parte da cidade.
Segundo a Sincopetro, as empresas de ônibus têm prioridade no recebimento do diesel.

Colaborou a Folha ABCD

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