São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Pinga anima os pagodeiros

DA REPORTAGEM LOCAL

O pagode reina em parte da avenida Santos Dummont, em Santana. Entre os sete trailers que vendem bebidas e petiscos e o bar Birinait, centenas de pessoas se reúnem no meio da avenida.
O frequentador da área é diferente do resto do bairro. Quase todos saem à noite a pé. ``A gente volta para casa andando, às 5h. Se estamos bêbados, um se apóia no outro", conta o estudante Reginaldo Carvalho, 18.
Cada um dos trailers -o mais agitado é o Trovão Azul-, toca uma música diferente. Alguns têm rodas de pagode ao vivo, amplificadas por caixas acústicas.
``O samba é o que reúne a gente, está no sangue", diz Luiz Carlos Ferreira da Cruz, 22, o "Negão.
A bebida do Birinait é a pinga. Lá, todo mundo toma ``umacom", dose de pinga com limão, groselha ou laranja. Também não faltam os fãs da caipirinha.
A paquera acontece no mesmo ritmo de Santana e, segundo os homens, quase sempre acaba em sexo.
O local para transar é um pouco menos nobre: uma praça que fica a poucos metros do Birinait.
Além do samba e da pinga, o futebol é a outra paixão. No último sábado, oito pessoas vestiam gorros de lã ou camisas da Gaviões da Fiel, torcida do Corinthians.
Alguns são adeptos de drogas mais pesadas, como a cocaína. ``Antes de vir para cá, a gente passa no JB (Jardim Brasil) para dar uns tiros (cheirar cocaína)", afirma E.L.S., 26.

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