São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995 |
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Terapia pode ajudar a abandonar o cigarro
JAIRO BOUER
A nicotina presente nos cigarros é responsável pelo desenvolvimento de um quadro de dependência semelhante à causada pelo álcool e pelos ansiolíticos (calmantes). A interrupção do ato de fumar produz uma redução abrupta nos níveis de nicotina do organismo. Como consequência, podem surgir sintomas como ansiedade, irritação, insônia, tonturas, tremores e transpiração excessiva. Existem também uma série de comportamentos diretamente ligados ao ato de fumar que dificultam o tratamento da dependência. A psicóloga Silvia Cury Ismael, vice-diretora do departamento de psicologia da Socesp, diz que cerca de 20% dos fumantes enfrentam muita dificuldade para largar o fumo -não conseguem abandonar o cigarro sem o uso de medicações e da ajuda de um especialista. Segundo Silvia, estudos recentes mostram que os fumantes que contam com apoio especializado têm uma taxa de sucesso maior quando tentam parar de fumar do que as pessoas que resolvem largar o cigarro por conta própria. Pessoas com sintomas mais intensos podem necessitar de tranquilizantes para controlar a ansiedade e a irritação. O trabalho de apoio é feito através de psicoterapia breve (quatro a seis semanas). Nas sessões, a pessoa aprende a identificar as situações que a levam a fumar. Alguns dos motivos frequentes são o alívio da tensão, a necessidade de maior estimulação, a melhora da concentração, a busca do prazer e o simples hábito. A partir daí, o terapeuta procura modificar expectativas e comportamentos relacionados ao fumo e a trabalhar as motivações dos fumantes. A chance de uma recaída é bastante elevada nos primeiros meses após a interrupção. (JB) Texto Anterior: Posto alerta sobre danos Próximo Texto: Debate na Folha analisa o movimento negro; 12 de junho será dia mundial da eclâmpsia; Portadora de hemofilia tem filho saudável; Encontro vai abordar problemas fetais; Farmácia da USP faz curso sobre embalagem Índice |
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