São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Falta de caixa pode baixar preço

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo sem sobras de estoques para serem desovadas -o que, como espera o governo, faria a inflação recuar-, as empresas podem ser obrigadas a reduzir suas margens de lucro e vender seus produtos a preços mais baixos, na avaliação dos analistas.
O principal motivo é a falta de caixa gerada pelo aumento da inadimplência (atraso nos pagamentos) e também porque, além das altas taxas de juros, os bancos reduziram drasticamente a oferta de crédito e não estão renovando totalmente os empréstimos antigos.
Segundo o diretor setorial de crédito da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), na renovação de empréstimos que estão vencendo, os bancos estão exigindo que uma parte -20% do valor, por exemplo- seja amortizada. ``É uma maneira de se testar a capacidade financeira do devedor", explica.
Escaldados com o aumento da inadimplência e particularmente com a concordata da Casa Centro, uma das maiores redes de lojas de eletrodomésticos, os bancos reavaliaram seus sistemas de crédito.
Eles estão muito mais rigorosos na concessão de empréstimos para empresas que não apresentam balanços auditados por grandes firmas de auditoria independentes.
Segundo os analistas de bancos, outro motivo que pode forçar o comércio e a indústria a realizar liquidações e promoções fora de época é uma esperada retração do consumidor, com a consequente queda nas vendas.
As notícias de demissões na indústria paulista, divulgadas pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), afirmam os analistas, tendem a criar o medo de desemprego no consumidor, induzindo-o a restringir suas compras e aumentar suas aplicações financeiras.

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