São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Bancos brasileiros devem ampliar ação na Argentina

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

Os principais bancos privados brasileiros planejam aproveitar a recessão argentina para se expandir no país.
Todos estão de olho na "liquidação" de 40 instituições, o que permitirá a compra de agências bancárias por preços baixos.
Real e Itaú, já instalados no país, programam um aumento da rede de cada um porque avaliam que são mais competitivos em tecnologia, marketing (técnica para melhorar a comercialização mediante o lançamento planejado de produtos) e com custos operacionais menores do que os argentinos.
O gerente geral do Banco Real na Argentina, César Sanchez, disse à Folha que a instituição poderá aumentar a presença no país mediante a aquisição de algumas das entidades que estão insolventes -ou seja, com incapacidade de pagar os compromissos em dia.
Ele lembra que o próprio Banco Central estimula a compra de instituições financeiras com preços abaixo da cotação do mercado ao proibir formalmente a abertura de novas agências.
Isto quer dizer que qualquer banco que queira se expandir na Argentina terá que, obrigatoriamente, a comprar instituições financeiras insolventes mas que ainda estão com as portas abertas.
Os bancos argentinos são deficientes em tecnologia. Não há no país algo semelhante a "Banco 24h" ou os caixas automáticos capazes de realizar várias operações a qualquer dia ou hora.
Também não existe processo de empresas realizarem operações bancárias utilizando computadores próprios, que são conectados à rede de informática de bancos- processo já comum no Brasil.
Novas agências
O diretor do Banco Itaú Argentina S.A., João de Faria Burnier, afirma que 17 novas agências serão abertas nos próximos três anos. Além disto, toda a tecnologia do grupo também será comercializada.
O Bradesco também tem projetos em relação à Argentina, sobretudo após a implantação do Mercosul (Mercado Comum do Sul), reunindo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
No caso do Bradesco, a alternativa mais fácil para ingressar no mercado argentino seria comprando um pacote de bancos quebrados. Esses bancos possuem autorização do Banco Central para funcionamento de determinado número de agências.

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