São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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CRONOLOGIA

Início do século 20
Segundo FHC, Lênin (1870-1924) formula, ``com simplicidade, o principal sobre dependência como uma forma de articulação entre duas partes de um mesmo modo de produção e sobre a subordinação de um modo de produção a outro".

1948
É criada a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), órgão da ONU (Nações Unidas) instalado em Santiago do Chile.

1949
Raul Prebisch, economista argentino e secretário-executivo da Cepal entre 1948 e 1962, escreve o estudo ``O Desenvolvimento Econômico da América Latina e Alguns de Seus Principais Problemas".
Tratava da ``deterioração dos termos de troca" entre os países centrais e periféricos, conceito que introduziu no debate.
Os preços dos produtos de exportação dos países periféricos, primários, tendem a diminuir, inversamente ao que ocorria com os produtos industrializados. Deste modo, as economias periféricas transfeririam renda para os países industrializados, inibindo sua própria industrialização.

1951
É publicado o ``Estudo Econômico da América Latina", da Cepal.
As economias periféricas, submetidas ao mercado livre, permaneceriam eternamente no subdesenvolvimento estagnado e agrário, incapazes de acumular capital.
Os ``cepalinos" começam a elaborar políticas de planificação industrializantes e nacionalistas, conduzidas pelo Estado e pela burguesia industrial nacional.
Celso Furtado é o principal representante do pensamento cepalino no Brasil.

1951-1956
São formados os grupos Brasil-EUA e BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento)-Cepal, onde economistas brasileiros e estrangeiros elaboram políticas de industrialização para o país.

1953
Durante o governo Getúlio Vargas, que procurou estimular a indústria de base nacional, é criada a Petrobrás.

1954-1955
No governo de Café Filho, seu ministro da Fazenda, Eugênio Gudin, começa a implantar algumas das políticas que seriam básicas para o ``salto industrial brasileiro" e do plano JK -a abertura dos investimentos diretos ao capital estrangeiro.
Necessidades internas de expansão fazem com que a indústria européia comece a planejar a implantação de unidades no Brasil, no que seria seguida pela americana.

1955
Fundação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), no Rio, que seria fechado em 1964.
O Iseb é integrado por intelectuais de diversas origens, conservadores e marxistas, como Ignácio Rangel, Nelson Werneck Sodré, Roland Corbisier, Álvaro Vieira Pinto, Hélio Jaguaribe e Cândido Mendes.
Defendiam a constituição de uma nação independente, ``o fim dos laços coloniais e dependentes", através da formação de um capitalismo e empresariado nacionais, sem o que não haveria desenvolvimento da autonomia política e econômica, interesses do empresariado e do operariado industrial. O latifúndio e setores externos seriam os inimigos do desenvolvimento. É a tese ``nacional-desenvolvimentista".

1956-1961
Anos JK, do Plano de Metas e dos ``50 anos em 5".

1958
O Partido Comunista Brasileiro afirma sua política de apoio a uma ``revolução burguesa" -o empresariado nacional deveria ser apoiado numa luta nacionalista anti-imperialista e antilatifundiária para que se constituísse um capitalismo nacional, com amplo mercado consumidor, conduzido por uma ``burguesia de vocação eminentemente democrática". É a tese do ``desenvolvimento nacional-burguês".

1958-1964
``Seminário do Capital". Intelectuais da Universidade de São Paulo, FHC entre eles, estudam a obra de Karl Marx e inaguram o ``marxismo de cátedra".

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