São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995
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Pesquisadores conectam plástico a proteína

DA ``NEW SCIENTIST"

Pela primeira vez, um plástico que conduz eletricidade foi conectado diretamente com uma proteína mamífera, abrindo caminho para uma técnica simples para detectar moléculas biológicas em amostras médicas ou industriais.
A equipe de cientistas escoceses que fez a descoberta prevê que ela vá levar a uma nova geração de ``biossensores", para aplicações que vão desde diagnósticos médicos até controle de qualidade.
Jon Cooper e seus colegas do Centro de Pesquisas Bioeletrônicas da Universidade de Glasgow produziram uma conexão elétrica entre um polímero condutor e o "citocromo c, que desempenha um papel crucial na respiração.
O citocromo c age como uma "ponte molecular, transferindo elétrons na cadeia de reações bioquímicas que capacita os animais a converter os açúcares em energia.
O polímero foi depositado, sob a forma de uma camada fina, sobre a superfície de eletrodos de ouro ou platina.
Trabalhando em conjunto com David Morris e Karl Ryder, Cooper remodelou grupos químicos na superfície do polímero condutor de modo que imitassem as moléculas presentes na natureza que aceitam elétrons do citocromo c.
Como resultado disto, o citocromo c passou os elétrons diretamente para dentro do eletrodo subjacente, onde geraram uma corrente.
O tamanho da corrente era proporcional à concentração de citocromo c presente numa amostra.
Os biossensores convencionais geralmente utilizam enzimas para reconhecer as moléculas específicas procuradas.
Nos sensores de glicose hoje usados por diabéticos, por exemplo, a glicose presente numa amostra de sangue é detectada por uma enzima, que desencadeia uma série de etapas químicas envolvendo vários compostos, que acabam por gerar um sinal elétrico. O novo sistema é muito menos trabalhoso.
Cooper e seus colegas detalharam seu trabalho no ``Journal of the Chemical Society, Chemical Communications" (1995, pág. 697).

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