São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Traficante atira para o ar durante ocupação
DA SUCURSAL DO RIO Traficantes da favela do Alvorada, no complexo de favelas do Alemão (zona norte), dispararam ontem tiros para o alto, numa tentativa de intimidar os policiais militares que ocupam a área.Os policiais não encontraram os autores dos disparos. Pela primeira vez desde o início da ocupação, na sexta-feira, não houve confronto entre polícia e traficantes locais. Cerca de 300 PMs estão mantendo a ocupação no complexo. É a primeira grande ação determinada pelo novo secretário de Segurança, general Nilton Cerqueira. Desde o início da ocupação, sete pessoas morreram em supostos tiroteios com a polícia. A Secretaria de Segurança informou que a operação envolve aproximadamente mil policiais, mas não divulgou por quanto tempo ela se estenderá. No alto do morro do Alvorada, um grupo de policiais do 16º Batalhão (Olaria) ocupou o posto de policiamento comunitário, que havia sido tomado por traficantes. Soldados armados com fuzis FAL montam guarda em todo o morro, nas ruas ou do alto das casas. Na parede do posto, um gráfico mostra as linhas básicas da ocupação: vinte pontos de cerco, onde os policiais fazem revista de pessoas, e quatro de interceptação, para revista de automóveis. Outros dez locais são definidos como pontos de incursão, onde os policiais revistam casas em busca de armas e drogas. Homens do Batalhão de Choque fazem as incursões. Um policial disse que os traficantes, escondidos, fizeram os disparos durante a tarde. ``Eles querem nos intimidar. Mas não têm mais coragem de vir para o confronto", disse. Os moradores têm medo de comentar abertamente a ocupação. Um morador, que pediu para não ser identificado, disse que os moradores estão apoiando a presença dos policiais no morro. Na avenida Itararé, acesso ao complexo do Alemão, PMs prenderam uma mulher que atirou num rapaz dentro de um ônibus. A mulher identificou-se como Michele e disse que o rapaz, Jefferson da Silva, havia matado seu irmão. O rapaz negou, apresentou documentos e carteira de trabalho aos policiais e foi liberado. Texto Anterior: A questão dos transplantes Próximo Texto: Área é palco de ações constantes Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |