São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995 |
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Soldada acusa capitão de assédio sexual
DA FOLHA NORDESTE A soldada Carla Margarete de Lima, do 13º Batalhão da Polícia Militar de Araraquara (282 km a noroeste de São Paulo), diz ser vítima de assédio sexual por parte do capitão João Batista de Souza Júnior. Ela fez a denúncia junto à corregedoria da PM.Ontem, a Folha não conseguiu localizar o capitão Souza Junior. O comandante da PM de Araraquara, coronel Rui Lazarini, afirmou que só comentará o caso se tiver autorização por escrito da soldada e do capitão. Ele disse que Carla foi transferida para o batalhão de São Carlos. Segundo o advogado Evandro Fabiani Capano, 25, contratado por Carla e especialista em processos de Justiça Militar, a soldada tem sofrido assédio há quatro anos por parte do capitão. Como ela se recusava a sair com ele, era punida com as piores escalas -horários de trabalho. ``Temos documentadas as escalas da soldada e são sempre nos piores horários", afirmou. Além disso, o advogado disse que o capitão também teria ameaçado expulsar a soldada se ela não concordasse em sair com ele. ``Carla só decidiu divulgar o caso porque o assédio do capitão começou a ficar mais explícito", afirmou o advogado. Capano disse que Souza Júnior teria tentado contato físico à força. Carla é casada com um policial militar, que também presta serviços em Araraquara. O advogado afirmou que ela não fez a denúncia antes para não prejudicar o marido. ``Nós temos testemunhas e, assim que o capitão prestar depoimento, vou levar o caso para o promotor público de Araraquara", disse Capano. Ele vai pedir que o promotor entre com uma ação pública, com base na lei 4898/6, que trata sobre abuso de autoridade. ``Só o promotor pode propor a ação pública e, se ele aceitar, o caso vai correr pela Justiça Comum", afirmou. Além da ação pública, o advogado disse que vai mover uma ação por dano moral. Capano afirmou que Carla não dá entrevistas com receio de represálias. ``Ela já está sofrendo muita pressão", disse. Este é o segundo caso de denúncia de assédio sexual dentro da Polícia Militar na região (leia texto ao lado). Texto Anterior: 44 são mortos em SP durante fim-de-semana Próximo Texto: Primeiro caso ocorreu em março Índice |
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