São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995 |
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Crise financeira leva ao modelo
FRANCISCA RODRIGUES
Geralmente o processo de autogestão tem início quando a empresa está muito mal financeiramente. São analisados o setor, fluxo produtivo e mão-de-obra disponível, explica Aparecido de Faria, da Anteag. A autogestão é concluída quando os empregados assumem o controle da empresa e inverte-se o quadro, ou seja, todos são patrões e há apenas um empregado, que é o administrador profissional, contratado pelas leis trabalhistas. ``Tivemos experiências fracassadas por manter a administração da antiga empresa", diz Faria. ``No processo se decide se a nova empresa será uma cooperativa (cotas iguais para todos em função do passivo trabalhista) ou uma associação (o trabalhador tem o controle, e é operário e sócio da associação ao mesmo tempo)", diz. Ele conta que incentiva o modelo de cooperativa, porque reduz os encargos trabalhistas. O cooperado recebe por meio de pró-labore (remuneração por serviço prestado) com valor flutuante e não superior a 20% do faturamento. Cria-se também um fundo interno de solidariedade, formado por 30% da folha de pagamento, para cobrir eventuais despesas da empresa e o pagamento das obrigações sociais como férias, 13º, licença-maternidade etc. O projeto pioneiro de autogestão no Brasil foi implantado na Makerli (calçados), por técnicos do Dieese, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Calçadistas de Franca, em 1991, diz Faria. Texto Anterior: EUA tem 10 mil firmas autogeridas Próximo Texto: Entrega do IR tem movimento fraco Índice |
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