São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995
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Revolução norte-americana

CIDA SANTOS

Próxima parada: Estados Unidos. Na Liga Mundial, o ritmo é o do samba do avião. Depois dos quatro jogos e derrotas inesperadas para a Espanha, a seleção brasileira volta a fazer as malas para mais uma viagem. O caminho para a classificação agora é não perder mais. Sexta e sábado, os confrontos são com os norte-americanos, donos do time que mais evoluiu na última temporada.
Foi a revolução dos 110 dias.
Na Liga Mundial de 94, a seleção dos EUA foi um verdadeiro desastre. Perdeu os 12 jogos que disputou. Mais: em 43 sets, ganhou apenas 7. Em uma das partidas contra o Brasil, no Rio de Janeiro, chegou a perder um set por 15 a 0. Resumindo: foram exatamente 23h01min, tempo total dos seus jogos na Liga, de muitos erros e pura tortura.
Na estréia no Mundial da Grécia, 110 dias depois do último jogo na Liga, os norte-americanos mostraram outra cara. Os experientes Bob Ctvrtlik e Scott Fortune, campeões olímpicos em 88, estavam de volta ao time. Os dois garantiram a recepção nota dez. A revelação foi um levantador de 2,05 m. Seu nome: Lloy Ball. E um atacante da pesada: Nygaard, 2,03 m e 23 anos.
Resultado: os EUA ganharam a medalha de bronze no Mundial.
Essa conquista mexeu com o time. Ctvrtlik comenta que essa nova geração de jogadores nunca tinha chegado tão perto de um grande resultado, o que trouxe confiança. Ele lembra que a determinação e a confiança na vitória eram as marcas da seleção norte-americana, bicampeã olímpica nos anos 80.
Agora os Estados Unidos estão revelando mais um grande atacante: Christopher Underwood. ele joga na diagonal do levantador, no lugar de Nygaard, que pediu dispensa para completar o curso na universidade. Nos dois primeiros jogos contra Cuba, Underwood foi eleito o melhor jogador em quadra.
No levantamento, a disputa pela posição de titular também é boa. Por enquanto, quem está ganhando é Lloy Ball. É bom lembrar: quem está no banco é Jeff Stork, levantador campeão olímpico em Seul.
Para você, que se descabelou sábado vendo a derrota do Brasil para a Espanha naquele torturante tie-break, uma boa notícia: Marcelo Negrão viaja com a seleção para os EUA. Ele ainda não pode jogar uma partida inteira, mas pelo menos vai entrar durante os sets. Agora é torcer para Carlão se recuperar. Perdoe a rima, mas você sabe: sem Carlão e Negrão, fica difícil uma solução.

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