São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995
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Seleção obedece ótica britânica

BIA ABRAMO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para os americanófilos, uma má notícia. Kureishi e Savage adotam uma ótica britânica em suas breves análises e em sua periodização da história do pop. Entre os autores, não há discriminação. Norte-americanos e ingleses comparecem com em pé de igualdade.
O que a seleção de textos e a periodização proposta pelos editores transpiram é uma espécie de máxima, expressa por Savage: EUA produzem, Inglaterra reflete. A reflexão, aqui, tanto no sentido de pensar a respeito quanto no de devolver uma imagem.
Alguns momentos da história do pop, de fato, confirmam esse movimento. Foi assim com os Beatles, que começaram fazendo covers de rock'n'roll e rhythm'n' blues, norte-americanos na origem, e depois ensinaram a América a fazer pop. Ou mesmo em 1976-77, quando o pré-punk novaiorquino dos Television e dos Ramones alimentou o ``english dreaming" dos Sex Pistols.
Em ``The Faber Book of Pop", o viés britânico produz algumas lacunas: o período 72-77 corresponde ao reinado de David Bowie e da discothèque e despreza-se a força do metal; na última fase, de 88 em diante, passa-se um pouco ao largo pela cena independente dos EUA. São faltas menores em um livro superlativo.
(BA)

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