São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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Defesa Civil registra 670 deslizamentos de terra

LUIZ FRANCISCO; TEREZA RANGEL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Em uma semana de chuvas praticamente ininterruptas, a Defesa Civil de Salvador registrou 670 ocorrências referentes a deslizamentos de terra e desabamentos. Também foram registradas 301 ameaças de acidentes semelhantes.
A Codesal (Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador) registrou, só nos últimos três dias, 763 pedidos de atendimento.
Segundo a responsável pelo setor de Estatística e Informações da Codesal, Emília Freire, o órgão tinha cadastrado até ontem 200 famílias (850 pessoas) desabrigadas.
``Pelo menos 60 dessas famílias tiveram suas casas parcialmente ou totalmente destruídas", disse.
Outras 90 famílias entre as cadastradas pela Codesal estão com seus imóveis condenados ou situados em área de risco.
Além das vítimas fatais -20 até a tarde de ontem-, os deslizamentos de terra já deixaram 43 feridos nos últimos oito dias.
Os deslizamentos provocaram mortes em Vila Canária, Novo Marotinho e São Gonçalo do Retiro, na periferia de Salvador.
Outros seis bairros têm áreas que podem desabar a qualquer momento, segundo a Codesal.
O Serviço de Meteorologia informou que o índice pluviométrico entre os dias 22 e 30 de maio atingiu 381,9 mm, mais que a previsão para todo o mês de maio, que era de 324,8 mm.
As chuvas, comuns nesta época do ano no litoral do Nordeste, estão sendo provocadas por linhas de instabilidade e frentes frias que vêm do sul pelo oceano Atlântico.
Nos bairros da periferia, mais prejudicados pelas chuvas, os garis estão abrindo canais para desviar as águas de córregos, que ameaçam invadir casas e barracos.
Desde 1989, as chuvas que normalmente atingem Salvador em abril e maio têm provocado tragédias.
O acidente mais grave aconteceu em 1992, quando 30 pessoas morreram após um deslizamento de terra no Lobato, na periferia de Salvador.
(LF e TR)

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