São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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CDB rende até 3,91% e lidera em maio

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) prefixado vendido a grandes investidores foi a aplicação financeira que ofereceu a melhor rentabilidade líquida em maio. Todos os ativos de risco -ações, dólar e ouro- deram prejuízo.
O CDB vendido pelos bancos no dia 2 de maio, com 30 dias corridos e 22 úteis, teve rendimento bruto de 4,34% e líquido de 3,91% (o Imposto de Renda fica com 10%).
A seguir vieram a caderneta de poupança, com 3,76% líquidos, e os fundos de renda fixa DI (4,17% brutos e 3,75% líquidos) e tradicionais (4,13% e 3,72%). Estes fundos têm suas carteiras compostas basicamente por CDBs prefixados, enquanto os DI (Depósito Interbancário) acompanham as oscilações diárias dos juros.
Durante o mês houve reversão das expectativas de inflação e juros, além de medidas do Banco Central que desestimularam a captação de dinheiro novo por parte dos bancos.
A caderneta de poupança do dia 1º foi bem porque é isenta de impostos e foi favorecida pelas taxas mais altas dos CDBs no início do mês, refletidas na TR (Taxa Referencial). Conseguiu bater os fundos de renda fixa e os de commodities (3,70% líquidos).
Os tradicionais fundões (FAFs) e os fundos de renda fixa praticamente empataram na rentabilidade média, com 3,03% e 3,04%, respectivamente.
Apesar do avanço das reformas constitucionais no Congresso, as Bolsas de Valores mostraram que a insegurança ainda predomina nos pregões.
Juro alto, aumento dos calotes e incertezas em relação às economias argentina e mexicana explicam este comportamento. Ontem, fechamento do mês, a notícia da queda do presidente do Banco Central fez a Bolsa paulista cair e o dólar comercial subir.
O Índice Bovespa -média ponderada das ações mais negociadas- caiu 2,44% em maio. Os fundos de ações também foram mal, embora no mercado se espere reação a médio e longo prazos.
A reversão no movimento de câmbio, que voltou a ser positivo (mais entradas que saídas), deprimiu as cotações do dólar.
A queda de 1,09% do dólar comercial (valor de venda) confirma que, pelo menos até maio, o governo se mostrou irredutível em mexer na política de câmbio (o dólar baixo ajuda a frear os preços internos), mas cresceram as preocupações com a balança comercial, que continua acumulando déficits (importações maiores que as exportações).
O juro real -acima da inflação- medido pelo IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real) foi de 1,31% ao mês (16,85% ao ano) no caso do CDB prefixado e de 1,16% (14,85% ao ano) no da caderneta de poupança.
Mas se a base de comparação for o IGP-M, que ficou em apenas 0,58%, devido à deflação (queda) dos preços no atacado, o CDB deu juro real de 3,31% ao mês, equivalente a 47,83% ao ano.
(GJC)

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