São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995 |
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ONU discute futuro das forças de paz
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS ONU discute futuro das forças de pazO secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, apresentou ontem quatro propostas ao Conselho de Segurança da ONU sobre o que fazer com relação às forças de paz na Bósnia. Boutros-Ghali propôs: 1) A retirada dos soldados; 2) A manutenção das forças, usando os mesmos métodos; 3) O aumento da atuação de soldados estrangeiros e o envio de forças multinacionais, diretamente ligadas aos países que enviarem as tropas; e 4) A manutenção das tropas da ONU fazendo vigilância sobre as ``áreas protegidas" (cidades muçulmanas) sem o uso de força. Boutros-Ghali disse ser contra suas duas primeiras ofertas, que segundo ele deixam os bósnios desprotegidos. O Conselho de Segurança -formado por representantes de 15 países, encarregados de observar o desenvolvimento dos conflitos no mundo- pode aprovar uma das propostas ou mesmo combinar diversas delas. As propostas do item quatro incluem, por exemplo, manter o funcionamento do aeroporto de Sarajevo (com o consentimento de sérvios e bósnios) e o acompanhamento de comboios humanitários. Na prática, esta proposta representa a volta àquilo que as forças da ONU tentavam fazer há alguns meses. É a proposta preferida por Boutros-Ghali. A terceira proposta, por outro lado, representaria maior intervenção na região. Boutros-Ghali considerou sua adoção ``inadequada a uma missão de paz". Para o secretário-geral da ONU, a vigilância das áreas protegidas daria à ONU ``um mandato realista, que permitiria ajudar a conter a situação sem ilusões". O texto era esperado já havia dez dias, mas sua entrega vinha sendo adiada pelo secretário-geral devido às constantes mudanças na situação da ex-Iugoslávia. Funcionários da ONU acreditam que o Conselho de Segurança não deve aceitar diminuir a intensidade das operações na ex-Iugoslávia agora, o que seria considerado uma derrota. Boutros-Ghali disse aos membros do Conselho de Segurança que este é um momento decisivo para o futuro da ONU, e que não acredita em uma solução para conflito sem negociação. ``O que está em risco não é só a vida dos capacetes azuis (os soldados da ONU) e dos agentes humanitários, mas também a capacidade futura da ONU para implementar operações de paz eficazes no futuro", disse. Joe Sills, porta-voz da ONU, disse que as propostas devem ser votadas pelos 15 membros do conselho rapidamente. Dessa decisão depende o futuro dos soldados enviados à região pelo Reino Unido nesta semana. Texto Anterior: Sérvios fazem proposta de negociação para reféns Próximo Texto: Vaza água contaminada de Tchernobil; Europa terá moeda em 2001 ou 2002; Ator de 'Superman' pode ficar paralítico Índice |
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