São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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EUA podem enviar tropas à Bósnia, diz Clinton

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos EUA, Bill Clinton, se disse ontem aberto ao "uso temporário" de tropas nos EUA na Bósnia para auxiliar o reagrupamento das forças de paz das Nações Unidas.
Em discurso de formatura na Academia de Força Aérea dos EUA, em Colorado Springs (Colorado, EUA), Clinton disse que pode haver algum envolvimento limitado dos EUA na Bósnia para deter os sérvios.
O pronunciamento foi feito após uma série de consultas urgentes entre os EUA e aliados europeus sobre o melhor modo de proteger as tropas das forças de paz.
"Temos obrigações com nossos aliados da Otan", disse Clinton em referência à aliança militar que os EUA comandam, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
A pedido da ONU, a Otan desencadeou bombardeios contra posições sérvias na semana passada. Como represália, os sérvios tomaram soldados e observadores da ONU como reféns.
As declarações de Clinton causaram reação irada de vários senadores americanos.
O líder oposicionista Bob Dole, do Partido Republicano, disse que suspender o embargo de armas aos bósnios muçulmanos é mais eficaz para combater os sérvios.
Uma força naval dos EUA reunida na costa bósnia do mar Adriático inclui 2.000 fuzileiros navais capazes de efetuar operações de resgate, o porta-aviões Theodore Roosevelt e um submarino nuclear com mísseis Tomahawk.
Até o momento, Clinton, preocupado com sua reeleição em 1996, tem evitado maior envolvimento dos EUA no conflito.
Ele prometeu consultar o Congresso, dominado pela maioria republicana, se receber uma solicitação dos aliados ocidentais para agir diretamente na Bósnia.
Seu discurso marca uma mudança na posição americana diante da guerra. Antes, o envio de tropas americanas só era considerado para monitorar a retirada das forças da ONU ou para vigiar a manutenção de um acordo de paz entre rebeldes sérvios e o governo bósnio.
Agora Clinton admite enviar tropas terrestres para participar de operações da Otan.

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