São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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Premiê britânico defende presença da ONU

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

O primeiro-ministro John Major defendeu ontem, em discurso na Câmara dos Comuns do Parlamento britânico, a permanência da força de paz da ONU na Bósnia-Herzegóvina como necessária para conter a evolução do conflito.
Segundo o premiê, a permanência da ONU, incluindo os soldados britânicos, é essencial, mas poderá ser revista se os riscos se tornarem ``inaceitáveis".
Major criticou a posição de um parlamentar que sugeriu que Londres pressionasse a Otan para que garantisse aos sérvios o fim dos ataques aéreos, como forma de libertar os reféns. ``Eu não vou entrar neste tipo de chantagem."
O líder da oposição, o trabalhista Tony Blair, criticou os que têm pedido a saída das forças da ONU, dizendo que eles têm enviado uma ``mensagem errada" aos sérvios, interessados na retirada.
A chegada dos primeiros soldados britânicos enviados à Bósnia para proteger as forças da ONU causou ontem um problema diplomático com o governo local.
O presidente bósnio, Alija Izetbegovic, chegou a dizer a uma rádio local que não permitiria o deslocamento das tropas a não ser que Londres garantisse que elas não iriam organizar a retirada da ONU da região.
Apesar da ameaça, os soldados puderam seguir em território bósnio até Vitez, onde uma base da ONU servirá de força alternativa contra ataques sérvios.
A crise na Bósnia fez com que o mediador da União Européia para a região, o britânico lorde David Owen, pedisse demissão ontem da função.
Owen foi o responsável pela proposta de paz que dividia a Bósnia em dez regiões autônomas. O plano não foi aceito pelos sérvios.

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