São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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``E Vento Levou" colocou Atlanta no mapa

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia 15 de dezembro de 1939, diz uma das lendas em Hollywood, um milhão de americanos, de todas as partes do país, se dirigiu para a cidade de Atlanta.
A razão foi a estréia de gala de ``E o Vento Levou", um dos maiores sucessos da história do cinema, ganhador de dez Oscars e que ajudou, sobretudo, a colocar Atlanta no mapa. Do mundo.
Para grande parte das pessoas o estado da Geórgia, e todo o sul dos EUA, é representado por uma fazenda chamada Tara e uma história de amor entre uma garota mimada e um cavalheiro do sul. Sem esquecer uma guerra civil.
O livro (1.037 páginas) foi lançado em 1936, mas o produtor David O. Selznick só conseguiu filmá-lo três anos depois, após ser convencido por sua secretária -que insistia para que ele lesse o livro- e por milhões de leitores que concordavam com ela.
Desculpas para não filmar ``E o Vento Levou" Selznick tinha aos montes. Apesar de toda a nação concordar que Clark Gable era perfeito para estrelar o filme, sobre quem seria a atriz ninguém chegava a um acordo.
Só depois que Selznick resolveu incendiar logo Atlanta, ou seja, dar início as filmagens, é que a inglesa Vivien Leigh apareceu para se tornar Scarlett O'Hara.
Escolhida a atriz, o próximo problema foi tentar descobrir quem ficaria na direção. Primeiro foi George Cukor, deposto por ser acusado de não dar devida atenção a Clark Gable. O próprio Gable foi quem indicou Victor Fleming para o lugar.
Outra estrela envolvida no projeto foi o escritor F. Scott Fitzgerald, autor de ``Suave é a Noite" e ``O Grande Gatsby", um dos que participaram como roteirista do filme. Até hoje não se sabe se existe algo de Fitzgerald em ``E o Vento Levou", já que tudo que ele fazia era rejeitado.
Mas todos os seus fãs juram que a frase final é dele, quando Rhett Buttler abandona Scarlett dizendo: ``Francamente querida, eu não dou a mínima".
Quando o filme estreou na antiga URSS, em 1990, seus tradutores mudaram para algo como ``Francamente minha cara, eu cuspo em tudo isso". Para o povo russo, Atlanta era a cara de Moscou.

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