São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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Varig assume estatal uruguaia quebrada

FREDERICO VASCONCELOS
EDITOR DO PAINEL S/A

A Varig vai gerenciar as operações da Pluna, empresa de aviação do Uruguai, associando-se a investidores argentinos e uruguaios.
Contrato firmado ontem em Montevidéu transformou a estatal deficitária uruguaia numa sociedade de economia mista, com a transferência de 51% das ações para a Plurisconsórcio de Navegação.
O consórcio é formado pelo grupo argentino Tevycom e empresários uruguaios do setor de turismo e que exploram duty-free shoppings. Nesta primeira fase, a Varig não está fazendo aporte de capital na nova empresa, que se chamará Pluna S/A.
O novo consórcio assumirá um passivo (dívidas) de US$ 19 milhões, a ser liquidado em sete anos. O acordo é o desdobramento de um controvertido e demorado processo para tentar salvar a estatal uruguaia.
``Não se descarta que, no decorrer da gestão, também possamos participar do capital", disse à Folha, por telefone, de Montevidéu, o diretor de Planejamento da Varig, ’lberto Farjerman. Ele assumirá a gerência geral da nova empresa.
``É a primeira experiência do gênero na América Latina", disse Fajerman, um engenheiro carioca, com 28 anos de Varig.
O novo grupo terá um prazo de 20 dias para fazer o aporte de US$ 2 milhões. Caberá à Varig cuidar de toda a parte comercial e de navegação.
O objetivo da empresa é reforçar sua presença no Mercosul. Segundo Fajerman, apesar das grandes dificuldades da Pluna, a empresa tem boa imagem de pontualidade e bons índices de segurança.
Em meio a um processo de reestruturação no Brasil, a Varig pretende fazer o que chama de ``transferência de tecnologia" na gestão da Pluna no Uruguai.
No ano passado, a Varig renegociou contratos, alongou o perfil de sua dívida, reduziu a frota e o quadro de funcionários. Encerrou o ano com lucro de R$ 170,6 milhões em 94. Mas registrou prejuízo de R$ 31,4 milhões no primeiro trimestre de 95.
O primeiro desafio no Uruguai será acertar as questões trabalhistas: a Pluna possui perto de 1.000 funcionários, com garantia de emprego (os que não forem incorporados à nova sociedade continuarão como funcionários públicos).

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