São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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ONU permanece sem contato com reféns

ROGÉRIO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A ZAGREB

Os observadores brasileiros da ONU em Zagreb, capital da Croácia, continuam sem informações sobre o paradeiro ou as verdadeiras condições dos dois representantes do país detidos pelos sérvios na Bósnia.
Impedido pelas Nações Unidas de dar entrevistas, o general Newton Bonumá dos Santos, chefe dos observadores militares de 29 países, não demonstra grandes temores em relação ao tratamento recebido pelos dois reféns.
Bonumá recebeu a Folha ontem em sua sala em Zagreb, no seu primeiro contato com a imprensa brasileira na Croácia. Sorridente e relaxado, o general mostrou-se tranquilo, mesmo com a falta de notícias sobre os reféns.
Segundo os observadores, não há ainda estimativa de quando os capitães Harley Alves e João Batista Bezerra Leonel Filho serão libertados, mas também não há sinais de que os dois estejam correndo risco de vida.
As informações sobre a situação dos brasileiros são enviadas pelo general ao Ministério das Relações Exteriores e às Forças Armadas no Brasil.
Mas, segundo Bonumá, ele não enviou nenhum novo boletim nas últimas 24 horas, período em que não houve sinais de mudança no impasse sobre os reféns.
Alguns dos mais de 300 membros da ONU presos têm sido mostrados em imagens feitas pela TV das forças sérvias.
A maioria tem demonstrado estar bem de saúde. Segundo eles, todos têm dormido em camas e sido bem alimentados.
O clima entre os observadores brasileiros continua de expectativa. O que os deixa apreensivos é a falta de liberdade de movimentação dentro do território bósnio, por causa do controle feito pelas tropas sérvias.
A capital da Bósnia, Sarajevo, continua isolada. Os observadores não têm tido permissão para chegar até a cidade, e os que já estavam em Sarajevo não podem sair.
Não há transporte entre Zagreb e a capital bósnia. O comando das Nações Unidas na Croácia está praticamente paralisado pela dificuldade de movimentação.

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