São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995 |
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Embaixador na ONU será o chanceler bósnio
DANIELA ROCHA
Sacirbey vai para a vaga de Irfan Ljubijankic, chanceler bósnio que teve seu helicóptero abatido no sábado por um míssil das forças sérvias bósnias quando sobrevoava a cidade de Bihac. Amanhã, Sacirbey participará de uma reunião com o comando da Otan em Paris para decidir os novos posicionamentos das forças da aliança na ex-Iugoslávia. Até ontem a ONU se negava a entrar em conversação com os sérvios antes que os reféns na Bósnia fossem libertados. Sacirbey afirmou ontem em entrevista coletiva na sede da ONU, em Nova York, que vai apoiar o envio de uma missão de paz multinacional. "As forças da Bósnia não estão preparadas para se responsabilizar por nossos civis", disse. Ele criticou a posição do governo norte-americano. Segundo ele, Washington estaria pressionando por uma solução na ex-Iugoslávia e apoiou os bombardeios feitos pela Otan, considerados por Sacirbey como precipitados. "Dezenas de civis foram mortos em Tuzla e até hoje estamos pagando pelas consequências, com centenas de reféns tomados pelos sérvios", disse. Sacirbey tem origem muçulmana, é filho de médicos e veio aos EUA aos dez anos. Ele tem dupla nacionalidade e fala inglês fluentemente, sendo considerado amigo da representante dos EUA na ONU, Madeleine Albright. Ele é um dos diplomatas mais populares das Nações Unidas. Perguntado ontem se tinha algum desafeto na ONU, brincou dizendo o nome do embaixador iugoslavo, Dragomir Djokic. Há cerca de um mês, seu carro foi atingido por tiros e seu motorista e um passageiro morreram. Ele não estava no carro. Texto Anterior: Saiba o que fazem os soldados das forças de paz Próximo Texto: Russos acham bebê vivo sob escombros Índice |
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