São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Pirituba recebe verba à espera do "plano de saúde do pobre"

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura está ``maquiando" a Administração Regional de Saúde de Pirituba (zona oeste), escolhida para iniciar a implantação do Plano de Assistência à Saúde (PAS) na cidade.
Foram investidos R$ 7,1 milhões na região apenas nos quatro primeiros meses deste ano.
``Quando implantarem o PAS ali, vai estar tudo perfeito para a cooperativa", diz o vereador Odilon Guedes (PT), da Comissão de Finanças da Câmara. ``O problema é que não há tanto dinheiro para investir na outras regiões, e vai se criar a impressão que o PAS é a solução para toda a cidade", completa o vereador.
A região de Pirituba já recebeu sete vezes mais que a do Jabaquara (zona sul), que vem em segundo lugar na lista de investimentos deste ano.
Em último lugar, está a região do Tatuapé (zona leste), onde foram aplicados apenas R$ 700 mil.
O vereador apurou os montantes aplicados nas regiões através do Sistema de Execução Orçamentário, que registra os gastos do município.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Getulio Hanashiro, a verba destinada a Pirituba atingiu os R$ 7,1 milhões porque, nesse total, estão incluídos os R$ 5 milhões pagos para a empresa que está fazendo o cadastramento dos moradores no PAS.
O ``plano de saúde do pobre" (como Maluf chamou o PAS) vai funcionar mediante a apresentação de carteirinhas dos usuários. Os moradores terão que apresentar comprovante de residência para se cadastrarem e conseguirem o documento.
O representante dos usuários da Saúde da zona oeste no Conselho Municipal de Saúde, João Máximo, diz que o dinheiro não reverteu em melhoria no atendimento à população. ``Faltam médicos e remédios. A partir das 11h, no PS de Pirituba, não tem mais operador de raio X, nem ginecologista ou oculista", diz.
A instalação do PAS depende de aprovação na Câmara dos Vereadores. O prefeito, que tem maioria entre os vereadores, deve conseguir aprovar o projeto.
Segundo cálculos da prefeitura, dos 10 milhões de habitantes da cidade, 3 milhões são usuários da rede de saúde municipal. (LHA)

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