São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Favorecido pelo Real, mercado cresce 63%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Plano Real foi o responsável por crescimento recorde no mercado segurador, que faturou no ano passado R$ 10 bilhões com taxa de crescimento de 63% em relação ao ano anterior.
O presidente da Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização), João Elisio Ferraz de Campos, diz que o crescimento ocorreu basicamente a partir do segundo semestre, por causa da redução nas taxas de inflação com o Plano Real, o que ``provocou melhoria no poder aquisitivo da população e uma maior procura por seguros".
O faturamento das seguradoras este ano deve crescer, mas a um ritmo menor pois a taxa de crescimento de 1994 foi ``absurda", diz Ferraz de Campos.
Ele afirmou também que o aumento no faturamento das seguradoras no ano passado pode ser explicado pela elevação nos prêmios (preços pagos) de seguros de automóveis como pelo aumento na frota de veículos.
Leoncio de Arruda, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalização no Estado de São Paulo, estima aumento de no mínimo 30% no faturamento das seguradoras em 1995.
Quanto ao preço do seguro-saúde no Brasil considerado dos maiores do mundo, Ferraz de Campos diz que ``o valor é alto se comparado à capacidade aquisitiva da maior parcela da população, por causa da perversa distribuição de renda no país".
Para ele, o mercado segurador só poderá ter um maior crescimento se o Estado diminuir sua participação no setor.
O resseguro (repasse para outras seguradoras internacionais de seguros feitos por empresas e pessoas físicas) e a cobertura de acidentes de trabalho são atividades hoje exclusivas do Estado.
Se o governo abrir essas atividades para as seguradoras particulares, o setor poderá crescer até cinco vezes mais, diz Ferraz de Campos.
O mercado segurador está de olho no segmento de acidentes de trabalho por representar 4% da folha de pagamentos das empresas, ou o equivalente a R$ 4 bilhões por ano.
Para Ferraz de Campos, o mercado segurador não teme a entrada de empresas estrangeiras na área de saúde, ``desde que cumpram com as formalidades previstas na legislação brasileira". (RV)

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