São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Polícia vigia praça Tiananmen

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A polícia chinesa tomou conta ontem da praça Tiananmen, na véspera do sexto aniversário do massacre do movimento pró-democracia de 1989.
Às 15h (4h de Brasília), dez carros das forças de segurança estavam estacionadas na praça, trazendo agentes à paisana.
O aparato montado busca impedir manifestações. O policiamento também foi reforçado na região das universidades, ao norte de Pequim e tradicional foco de atividades antigoverno.
Na universidade de Pequim, só era permitida a entrada de estudantes e funcionários.
Os agentes à paisana na Tiananmen não se preocupavam em ser discretos. Quando um grupo com mais de duas pessoas começava a conversar, um agente se aproximava e vigiava os movimentos.
A reportagem da Folha, com uma fotógrafa, parou para conversar com dois turistas indianos. Os quatro foram filmados e fotografados.
Um vendedor de papagaios para empinar reclamou quando a reportagem da Folha se aproximou dele durante a venda para um casal de turistas norte-americanos. ``Não aglomera que a polícia vem", resmungou ele.
A mobilização da polícia se repete às vésperas do 4 de junho. Nas últimas três semanas, pelo menos 50 dissidentes foram presos ou interrogados.
Diversos pontos de encontro de estudantes, como bares e restaurantes, receberam a ``recomendação" de fechar mais cedo neste fim-de-semana. Os restaurantes que ficaram abertos não aceitavam reservas para mesa com muitas pessoas.
(JS)

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