São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Guia ensina repórteres a cobrirem a guerra

Comitê pede que jornalista ``não banque o caubói"

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Histórias fatais ou apenas incidentes com jornalistas que foram cobrir a guerra na Bósnia-Herzegóvina são tão comuns que o Comitê para Proteção dos Jornalistas, uma Organização Não-Governamental com sede em Nova York, resolveu lançar um guia com informações básicas: o ``Guia de Sobrevivência dos Jornalistas na Ex-Iugoslávia".
Segundo William A. Orme Jr., diretor-executivo do CPJ, 44 jornalistas já morreram durante cobertura nos Bálcãs desde 1991. ``A situação lá ainda pode piorar, daí a necessidade de um guia que alerte o jornalista que vai fazer cobertura naquela região", afirmou à Folha.
O guia lembra que nem sempre a melhor história está na área mais perigosa. O correspondente do jornal nova-iorquino ``Newsday" fez reportagem que chamou atenção de toda a mídia para a guerra através do enfoque da morte de sérvios e os estupros sistemáticos de mulheres na Bósnia.
Suas fontes foram refugiados e mulheres ao norte da Bósnia em um momento de relativa paz no local. ``Não banque o caubói", afirma o guia.
O volume recomenda que jornalistas andem com coletes à prova de bala e rádio para comunicação.
Vários incidentes fatais com jornalistas ocorreram por falta de informação. Viajar por estradas minadas sem saber do ``detalhe" é o registro mais comum.
Os jornalistas não devem dirigir veículos militares ou usar luzes de câmera à noite (que os tornam um alvo fácil). Devem ser corteses e firmes com militares de ambos os lados e não devem anotar ou fotografar nada sem autorização.

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