São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 1995 |
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Seleção viveu em tensão dispensável
ALBERTO HELENA JR.
Impunha-se, então, a entrada ou de Rivaldo ou de Leonardo, senão de ambos, exatamente nos lugares de Zinho e César Sampaio. A solução veio de bandeja para Zagallo, que a desprezou, preferindo colocar em campo um zagueiro -André Cruz. Só por isso, apesar da flagrante superioridade técnica, tática, física e psicológica (ao gosto do ex-treinador Duque) do nosso time, vivemos em dispensável tensão os últimos minutos de jogo. Tanto isso é mais verdade que nosso gol nasceu da única jogada no sentido vertical do campo executada por Zinho ao longo de toda a partida. Mas, pelo visto, o passo seguinte levará ainda muito tempo para ser dado. Tudo em nome da segurança. Mais do que o gol, valeu o autocontrole de Edmundo no jogo de ontem. Tanto que foi o primeiro a tentar acalmar Aldair, naquele lance insólito que sucedeu à contusão de César Sampaio. É claro que prendeu demais a bola e tal e cousa e lousa e maripousa. Mas, se lhe tirarmos isso também, o que sobrará do nosso rico Edmundo? Palmeiras e Corinthians derraparam neste fim-de-semana. O Palmeiras empatou com o XV de Piracicaba e o Corinthians perdeu, no Pacaembu, para o Rio Branco. Juntando-se os dois jogos não daria um, mas isso faz parte deste campeonatozinho fubanga engendrado pela federação dos pequenos, sobretudo em imaginação. O Corinthians perdeu. E daí? -como diria o Flávio Prado. Afinal, todo mundo está devidamente classificado. Além do mais, o Corinthians vem inflado por uma goleada histórica sobre o Vasco da Gama, no meio da semana, e todos os seus sentidos estão voltados para a Copa do Brasil. Já com o Palmeiras, a história é outra. É verdade que sonha ainda com a Libertadores, mas, no momento, não se colhe em campo nem vestígios do supertime que tinha como meta o título mundial, em Tóquio, no Japão. A impressão é a de um time que perdeu a alma de campeão e passou a vagar em uma zona de incertezas. Para tanto, muito contribui a recente vinda do técnico Carlos Alberto, que só agora começa a tatear, em busca da formação ideal permitida pelas circunstâncias. Nesses casos, o bom senso aconselha que o treinador junte em campo aqueles jogadores de nível técnico superior e os deixe se acostumar com a bola e consigo mesmo. Uma hora a coisa vira. Texto Anterior: Juninho comanda vitória do Brasil Próximo Texto: São Paulo domina, mas não vence Santos Índice |
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