São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 1995
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Seleção quer ver 'pegadas' dos Beatles em Liverpool

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO ESPECIAL A BIRMINGHAM

A seleção brasileira viajou ontem para Liverpool (cidade no oeste da Inglaterra) com um interesse esportivo e outro cultural.
No futebol, a equipe enfrenta o Japão amanhã, às 16h (horário de Brasília), pela segunda rodada do Torneio da Inglaterra.
Na música, muitos jogadores querem conhecer locais ligados à história da banda inglesa de rock The Beatles, criada em Liverpool no começo da década de 60 e extinta no início dos anos 70.
``Quero muito, muito, ir a esses lugares", disse o zagueiro Ronaldão. Ele não é um beatlemaníaco, mas é fã do conjunto.
O jogador prefere outro grupo inglês nascido nos anos 60, os Rolling Stones, em atividade até hoje. ``Mas, até pela importância dos Beatles no som dos Stones, quero muito conhecer Liverpool."
Para Ronaldão, ``é uma honra estar no país que deu ao mundo o futebol, os Beatles e os Rolling Stones". O futebol foi criado na Inglaterra.
O goleiro Zetti planeja passeios como ir ao que era o Cavern Club, local onde os Beatles se apresentavam no começo da carreira.
Entre as baladas de Paul McCartney e o rock'n roll de John Lennon, os dois principais compositores dos Beatles, Zetti prefere Lennon, o único dos quatro integrantes do grupo que já morreu -assassinado por um fã.
``Cresci em Capivari (SP), nos anos 70, ouvindo a banda de garagem do meu cunhado tocando `Day Tripper'. Não consigo esquecer", conta Zetti.
O meia Leonardo aponta ``Yesterday", ``Help" e ``Something" como as músicas dos Beatles que mais o marcaram.
``Eu me amarro neles e quero conhecer tudo que der em Liverpool, é claro", disse.
Nenhum dos jogadores da seleção era adolescente quando a banda foi criada, mas cresceram ouvindo suas músicas. Menos o atacante Ronaldo, 18. ``Sou muito novo, não sei de nada."
O técnico Zagallo, 63, é diplomático: ``Não estou alienado sobre o assunto, mas prefiro o Sinatra (Frank, cantor), uma música mais romântica. Mas, às vezes, também ouço um rock, um barulhinho."
Para o atacante Edmundo, vale tudo. ``Gosto de Beatles, pagode, rap, o que pintar."
Ontem os jogadores Edílson e César Sampaio receberam um violão para tocar pagodes.
O sonho dos atletas de ver as ``pegadas" dos Beatles em Liverpool pode acabar em frustração.
O supervisor Américo Faria disse ontem que tentaria encontrar tempo na agenda para o passeio.
A seleção saiu de Birmingham após o jogo e chegaria a Liverpool duas horas depois, à noite. A Inglaterra está quatro fusos horários à frente do de Brasília. O time sai da cidade na quarta-feira.
Na sexta, receberá em Londres a visita do ministro extraordinário dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé.
O presidente licenciado da FPF, Eduardo José Farah, assistiu a partida de ontem.

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