São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 1995
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A falta que ele, Juninho, faz

MARCELO COPPOLA
DA REPORTAGEM LOCAL

O torcedor são-paulino que assistiu o jogo do Brasil contra a Suécia e, depois, viu o do seu time contra o Santos pôde constatar o óbvio: tudo muda quando Juninho está em campo.
Em Birmingham, o meia são-paulino trouxe eletricidade ao time de Zagalo. No Pacaembu, sua ausência obrigou o torcedor a assistir a uma equipe apática e sem graça.
Até que Telê Santana tentou montar um time ofensivo. Escalou quatro jogadores na frente, abandonando o esquema mais cauteloso que garantiu ao time, até agora, a defesa mais eficiente do campeonato.
Mas o São Paulo foi ao ataque aos trambolhões. Seus jogadores não souberam aproveitar todo o espaço que o Santos, jogando recuado, oferecia.
Aílton, Palhinha, Caio e Bentinho se entenderam pouquíssimas vezes. E não eram ajudados pelos laterais. André jogava muito recuado e Pavão tropeçava nas firulas.
Pouca coisa mudou com a entrada, no final do segundo tempo, de Denílson no lugar de Caio. O time continuou indo ao ataque de uma maneira desordenada e tortuosa.
É verdade que a equipe de Telê Santana criou mais chances de gol do que o Santos. Mas, no geral, trouxe pouco perigo para o gol de Edinho.
Especialmente irritantes foram os lançamentos para ninguém de Alemão e os toquinhos para o lado de Palhinha.
Aliás, se o jogo tinha pouca importância, serviu para mostrar o quanto o time perde com Palhinha no lugar de Juninho.
Palhinha quase sempre complica o que é fácil. Juninho simplifica. Palhinha quase sempre joga para o lado. Juninho joga para o gol. Palhinha é quase sempre barroco. Juninho é cristalino.
Ninguém duvida que Palhinha é um grande jogador. A denominação ``craque" talvez caia até melhor quando aplicada a ele do que a Juninho.
O problema é que, há muito tempo, ele não emplaca uma boa partida. Parece que, a cada lance, quer provar o grande jogador que é. Que volte a jogar o ``feijão com arroz".

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