São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 1995
Próximo Texto | Índice

EUA oferecem ajuda a nova força

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os EUA planejam usar aviões guiados por controle remoto para espionar os rebeldes sérvios na Bósnia. Esses equipamentos, chamados Predator, voam sob as nuvens e podem, dessa forma, obter imagens inalcançáveis aos satélites comuns.
Os EUA buscam, desse modo, proteger as tropas da ONU que atuam na região e evitar que seus pilotos sejam capturados.
Na semana passada, um piloto norte-americano a bordo de um F-16 foi atingido e preso pelos sérvios no norte da Bósnia.
O secretário da Defesa dos EUA, William Perry, disse ontem que os sérvios podem ter capturado um segundo piloto após ter obtido informações de que um helicóptero da ONU, que participava da missão juntamente com o F-16, havia sido derrubado.
Ele anunciou o uso do equipamento após reunião com ministros da Otan (aliança militar do Ocidente), anteontem, em Paris.
Perry disse que os EUA não vão enviar tropas para a Força de Reação Rápida que atuará na Bósnia.
Esta força, que não tem ligação com as tropas da ONU, deve ser formada por países da Otan e agir em caso de ataque sérvio.
Os EUA devem, entretanto, ceder material bélico à Força de Reação Rápida (Predator, aviões, radares e armas sofisticadas).
O líder republicano (oposição) no Senado, Bob Dole, defendeu que a Otan bombardeie os sérvios da Bósnia e a Iugoslávia (Sérvia e Montenegro) para libertar os soldados da ONU ainda mantidos como reféns pelos sérvios.
O secretário Perry negou que os soldados norte-americanos que estão em três navios no mar Adriático (perto da Bósnia) se preparem para resgatar os reféns.
A Turquia se tornou ontem o quarto país integrante da força multinacional. Ela foi criada por França e Reino Unido e já havia recebido a adesão da Holanda. Deve contar com cerca de 10 mil soldados.
O presidente francês, Jacques Chirac, telefonou ontem ao presidente russo, Boris Ieltsin, para tentar convencê-lo da necessidade de criar a Força de Reação Rápida.
A Otan acredita que a Rússia se oporá à nova força.
Ele se comprometeu a pressionar a Iugoslávia no sentido de isolar politicamente os sérvios da Bósnia, que se opõem à independência do país.
A criação da Força de Reação Rápida deve ser apreciada nesta semana pelo Conselho de Segurança da ONU.
A Rússia é um dos cinco membros permanentes do conselho, e como tal tem poder de veto sobre as questões.

Próximo Texto: Ataque sérvio em Sarajevo mata cinco e atinge ONU
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.