São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995
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PFL monta 'disque-FHC' em busca de voto

LUCIO VAZ; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso cancelou a maior parte de sua agenda para se concentrar no lobby pela aprovação da emenda que quebra o monopólio da Petrobrás na exploração do petróleo.
Hoje de manhã, FHC telefona para deputados do PFL que ameaçam votar contra a emenda. Almoça com líderes governistas e janta com 35 deputados do PMDB.
O PFL decidiu colocar seus dissidentes no telefone com FHC para tentar conseguir a unanimidade de sua bancada a favor da quebra do monopólio.
Neste contato, os dissidentes (quatro deputados do Maranhão) vão pedir a manutenção da superintendência da Caixa Econômica Federal e de agências do Banco do Brasil no Estado.
Os deputados também estão insatisfeitos com a demora no preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões no Maranhão. Eles sortearam entre si os cargos federais no Estado.
FHC vai manter a agenda reduzida até o dia 14 de junho para atuar como lobista das reformas. Até mesmo a programação do ``dia do parlamentar" está suspensa pelo Palácio do Planalto. Nestes dias (às terças-feiras), FHC recebia entre 20 e 30 parlamentares em audiências.
A emenda constitucional que propõe a quebra do monopólio será votada amanhã, em primeiro turno, no plenário da Câmara dos Deputados.
A idéia de colocar os dissidentes do PFL ao telefone com FHC partiu do líder do partido na Câmara, Inocêncio de Oliveira (PE).
Antes de usar esta tática, ele vai tentar convencer os deputados a votar com o governo em reunião da bancada.
O PFL quer firmar a imagem de que é o partido mais fiel ao governo. Na votação da emenda das telecomunicações, apenas os pefelistas do Maranhão votaram contra o governo.
Os líderes governistas esperam aprovar com tranquilidade a emenda do petróleo. No almoço com Fernando Henrique, eles pretendem preparar a votação da emenda do petróleo.
O líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), diz que o governo terá entre 235 e 245 votos. O mínimo necessário é 308 votos.
Temer afirma que o número de dissidentes no PMDB não será superior ao da última votação (telecomunicações), quando 26 deputados votaram contra o governo. A bancada tem reunião hoje às 10h.
No PSDB, a liderança espera ver reduzido o número de dissidentes. Foram oito na votação das telecomunicações.
Devem votar contra a quebra do monopólio do petróleo os deputados Domingos Leonelli (BA), Almino Affonso (SP) e Tuga Angerami (SP).

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