São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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BC discute mudanças nos fundos com bancos

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central está discutindo com as entidades do sistema financeiro as mudanças que pretende introduzir nos fundos de investimentos a partir de 1º de julho. O objetivo é alongar os prazos das aplicações e desindexar o sistema financeiro.
Segundo a Folha apurou, os fundos serão divididos em três grandes grupos. O primeiro seria composto pelos fundos de liquidez imediata -como os atuais fundões (FAFs) e fundos de curto prazo- com resgate em qualquer dia, mas com rentabilidade bem menor.
O segundo grupo seria composto pelos fundos de renda fixa, que passariam a ter prazos de carência ampliados para 60 ou 90 dias. Hoje, os resgates podem ser feitos a cada 28 dias.
O terceiro grupo seria formado pelos fundos de renda variável, na qual o investidor está sujeito ao risco de desvalorização das respectivas cotas.
Desaparecem os fundos de commodities com as características atuais -rentabilidade próxima à dos fundos de renda fixa, mas com resgates diários a partir do 30º dia.
Os bancos terão maior liberdade na administração dos fundos, mas serão obrigados a definir claramente o perfil de cada um, dentro dos três grandes grupos.
A exceção fica por conta dos fundos de curto prazo, que ficarão sujeitos a aplicações compulsórias de baixa rentabilidade - depósitos no BC, por exemplo.
O governo entende que os atuais fundões e fundos de curto prazo funcionam como ``moeda indexada" do sistema financeiro, que precisa ser extinta.
A Folha apurou que o governo quer também instituir uma regra legal que obrigue os bancos a separar a administração de recursos próprios (dinheiro de tesouraria) e de terceiros (fundos de investimentos).

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