São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995 |
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Governo estuda poupança com juro variável
LILIANA LAVORATTI
Hoje, a poupança rende mensalmente TR mais juros fixos de 0,5%. Os juros de 0,5% ao mês -ou 6% ao ano- são fixados em lei. A equipe econômica acredita que a alteração deve melhorar a remuneração da poupança, porque os bancos passariam a competir entre si, oferecendo juros maiores para atrair clientes. A proposta faz parte das medidas em estudo pelo governo para desregulamentar o mercado financeiro e avançar na desindexação da economia -fim dos reajustes automáticos pela inflação passada. O projeto em discussão também prevê a criação de TRs diferenciadas -de dois, três e quatro meses- para corrigir poupanças com igual prazo de carência. Quanto mais tempo o dinheiro permanecer sem saque, maior também seria a remuneração oferecida pelos bancos, como acontece em outros países. A idéia é manter a TR como taxa básica de juros de curto prazo e estimular o mercado a oferecer aplicações de longo prazo, remuneradas pela TJLP. Tanto a TR como a TJLP continuarão sendo definidas pelo governo. Os juros adicionais funcionarão como atrativos para os poupadores. Segundo a Folha apurou, a equipe econômica concluiu que ainda não é possível acabar com a TR. O mais propício, no momento, é desregulamentar o mercado financeiro e estimular o alongamento dos prazos das aplicações. A CEF (Caixa Econômica Federal) vai lançar em breve este tipo de poupança vinculada aos financiamentos da casa própria. O poupador receberá juros menores que a TR com a garantia oficial de obter, no futuro, um empréstimo também com taxas menos pesadas. Enquanto a TR acumulada no primeiro trimestre deste ano foi de 31%, a TJLP rendeu 24% no mesmo período. A TJLP vai ser usada para aplicações de prazos superiores a um ano. A manutenção da TR por mais algum tempo elimina o problema do descasamento entre a correção dos contratos já existentes no SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e a caderneta de poupança, de onde vêm os recursos para financiar a compra da casa própria. O governo chegou a estudar a proposta de acabar de vez com a TR e substituí-la pela TJLP, mas desistiu da idéia por temer uma fuga dos recursos da poupança para o consumo. Por ser uma taxa de juros de curto prazo, a TR é superior à TJLP, uma taxa de juros de longo prazo. Com estas medidas, o governo quer que a TR passe a ser usada como uma taxa referencial de juros básicos de curto prazo. As aplicações e empréstimos de longo prazo, aos poucos, serão todos substituídos pela TJLP, como já ocorreu nos contratos agrícolas. Texto Anterior: Governo paga viagem de delegados da CUT Próximo Texto: BC discute mudanças nos fundos com bancos Índice |
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