São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995 |
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Loyola pode ser aprovado em tempo recorde
GUSTAVO PATÚ
Aprovada pela manhã a manutenção da data da sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos -que acontece nesta quinta-feira-, Loyola iniciou um corpo-a-corpo no Senado, conversando com pelo menos 20 senadores. A estratégia do governo é garantir a aprovação de Loyola pela Comissão de Assuntos Econômicos amanhã de manhã e, em seguida, votar a indicação do novo presidente do BC pela tarde. Nos últimos cinco anos, houve pelo menos uma semana de prazo entre as duas votações. A pressa das lideranças do governo em aprovar a indicação de Loyola tem um objetivo: encerrar o constrangimento provocado pela sociedade de Loyola na empresa MCM Consultores. Na semana passada, a MCM informou a seus clientes sobre a mudança no BC antes do anúncio oficial pelo governo. O fato irritou diversos senadores, que têm criticado a chamada ``promiscuidade" entre o BC e o mercado financeiro. ``Temos que acabar logo com estas picuinhas, estas especulações", disse ontem o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE). Machado e o líder do governo no Senado, Élcio Álvares (PFL-ES), implodiram a tentativa do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) de adiar a sabatina de Loyola até que o Congresso aprove uma lei disciplinando o trânsito de dirigentes do BC para o mercado financeiro e vice-versa. A proposta de Suplicy foi apresentada na Comissão e logo bombardeada pelos governistas. Pedro Simon (PMDB-RS) e Esperidião Amin (PPR-SC), os principais críticos da mudança no BC, não compareceram. Depois de aprovar a data da sabatina de Loyola e adiar o comparecimento de Arida ao Senado, oito senadores governistas se reuniram com Loyola no gabinete de Sérgio Machado. Foi definida uma estratégia de corpo-a-corpo para facilitar a aprovação do presidente do BC. Terão atenção especial os senadores que mais têm criticado as relações entre o BC e o mercado, como Simon, Amin e Carlos Bezerra (PMDB-MT). Na reunião da Comissão, Bezerra fez o discurso mais duro contra Loyola. ``O BC virou uma sucursal dos banqueiros. Não me sinto à vontade para votar este cidadão", disse. Loyola já conversou ontem com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para acertar a votação de sua indicação no plenário logo após a sabatina. Outra preocupação do governo é a audiência de Arida. Segundo relato de senadores, o presidente demissionário do BC resiste à idéia de explicar as razões de sua saída do governo aos senadores. ``Mas vai ter que explicar. Eu, por exemplo, não acredito nas alegadas razões pessoais", disse ontem Esperidião Amin. Texto Anterior: Negociações não avançam no primeiro dia Próximo Texto: Arrecadação federal bate recorde em maio e atinge R$ 8,26 milhões Índice |
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