São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995 |
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Negociações não avançam no primeiro dia
DA SUCURSAL DO RIO A primeira reunião de negociação entre Petrobrás e petroleiros -depois da greve de 30 dias terminada sexta-feira passada- revelou que as partes estão muito distantes de um acordo.O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, afirmou: ``Não avançamos em nada. A Petrobrás não se demoveu da idéia da manutenção das punições". Cid Rodrigues, superintendente-adjunto de Recursos Humanos (interino) da Petrobrás e principal negociador da empresa, disse que a Petrobrás ``pode analisar os fatos que motivaram as demissões e corrigir injustiças e equívocos. Mas não é possível revogar todas as demissões". Os petroleiros têm como ``ponto de honra", segundo Spis, a readmissão de todos os demitidos. ``A empresa fala que existem 104 demissões e exigimos a anulação de todas", disse. Rodrigues afirmou que vai pedir às unidades regionais que façam um levantamento completo das demissões e suas causas. ``Mas a empresa não abre mão de algumas das demissões", advertiu. Salários As demissões constituem o principal ponto do impasse, segundo Spis e Rodrigues. Mas outras questões contribuem para dificultar as negociações. Segundo Spis, ``não houve aprofundamento das reivindicações econômicas do movimento, mas os itens salariais estão em pauta". Rodrigues, por sua vez, afirmou que ``a Petrobrás não discutirá, de maneira alguma, reivindicações salariais". A empresa divulgou ontem, às 21h, nota em que informa: ``Todo e qualquer pleito que represente pagamento de perdas salariais e aumentos de salários será discutido na data-base". Além disso, a FUP reivindica o parcelamento do desconto dos dias parados. Os primeiros 17 dias de paralisação não foram pagos pela empresa. A proposta da FUP, segundo Spis, é que a Petrobrás pague os dias parados, inclusive os primeiros 17, e depois estude uma forma para parcelar os descontos. A Petrobrás, de acordo com Rodrigues, não vai pagar os primeiros 17 dias de paralisação e ``pode estudar algum tipo de parcelamento do desconto para os dias restantes". Amanhã haverá outra reunião na Petrobrás. Petroleiros e empresa devem discutir o desconto dos dias parados e outras questões da pauta de negociação. Mas é na próxima segunda-feira que a categoria e a direção da Petrobrás discutirão a principal razão do impasse: a manutenção das demissões. Texto Anterior: Bancada no Senado adia troca de partido Próximo Texto: Loyola pode ser aprovado em tempo recorde Índice |
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