São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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Vendas caem 10%, maior redução do ano

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Maio foi o pior mês do ano para o varejo de alimentos. Houve queda de 10% no faturamento real em relação a abril, segundo levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Em fevereiro, as vendas no setor registraram queda de 2%.
``Desde janeiro, no entanto, o desempenho dos supermercados é inferior ao denovembro de 1994", disse ontem Omar Assaf, vice-presidente da Apas.
``Estamos seguindo caminho oposto ao do início do real, quando as vendas de produtos tidos como supérfluos chegaram a crescer 70%", acrescentou.
A pesquisa aponta declínio na comercialização de iogurte, achocolatado, creme e pasta dental.
Essa tendência já havia sido detectada por pesquisa da Nielsen nos meses de fevereiro e março. Maionese e margarina tiveram queda de, respectivamente, 7% e 4% em relação ao bimestre anterior.
O economista Nelson Barrizzelli, consultor da Apas e professor da USP, acredita na possibilidade de recuperação em junho.
``Neste mês, graças ao reajuste do mínimo, R$ 1,5 bilhão está entrando no mercado e parte substancial deverá ser usado para o consumo de alimentos", prevê.
Segundo Barrizzelli, o declínio em maio não pode ser atribuído à queda do poder aquisitivo nem a aumentos de preços.
``A inflação mensal está baixa, os aumentos de dissídios salariais oscilam de 15% a 25% e os preços da cesta básica estão estáveis desde julho de 1994", afirma.
``É possível que tenha sido influenciado pelo excessivo endividamento dos consumidores de baixa renda com bens duráveis e material de construção". Em maio, os depósitos da poupança superaram os saques.
Projeções da Apas indicam que os supermercados fecharão o primeiro semestre com índice de 20% a 22% superior ao do mesmo período do ano passado, porém 12% inferior ao mesmo período de 1989, que teve desempenho recordista.

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