São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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Aplicações do BB fazem depósitos superar saques

ALBERTO FERNANDES
GUSTAVO PATÚ

ALBERTO FERNANDES; GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) aplicou mais de R$ 1 bilhão na caderneta de poupança do BB nos últimos dois meses.
Segundo a Folha apurou, foram R$ 400 milhões no dia 28 de abril e cerca de R$ 1 bilhão em maio.
A aplicação atendeu a uma determinação do presidente do BB, Paulo César Ximenes, que reclamava que o fundo de seus funcionários investia pouco no banco.
As aplicações do Previ salvaram o desempenho da poupança, que vinha sendo ruim desde o início do Plano Real. Em maio, a caderneta apresentou seu melhor desempenho desde julho de 94, mês de lançamento do plano. Os depósitos superaram os saques, apresentando a chamada captação líquida positiva, em R$ 1,402 bilhão.
Nos três primeiros meses do ano, a poupança vinha perdendo recursos mês a mês, com os saques superando os depósitos.
A situação mudou em abril, principalmente em função do aporte de recursos do Previ. Com o depósito de cerca de R$ 400 milhões do fundo de pensão, a caderneta fechou o mês com captação líquida positiva de R$ 655 milhões.
Quebradeira
O presidente do Previ, José Valdir Ribeiro dos Reis, disse ontem que retirou aplicações de outros bancos e as transferiu para o BB porque temia que os bancos privados quebrassem em função do aperto ao crédito do governo.
``Os receios nos fizeram procurar o BB, que é um porto seguro", disse o presidente do Previ.
Reis informou que o fundo de pensão sacou recursos de outras aplicações, como RDBs e CDBs, para aplicar na poupança do BB.
A opção pela poupança também atende ao pedido de Ximenes, segundo a Folha apurou.
Aplicações na poupança são mais interessantes para o banco que em outros tipos de investimento porque permitem driblar as restrições do governo ao crédito.
Por exemplo, um banco que recebe R$ 100 de aplicações em CDBs pode ser obrigado a recolher R$ 90 ao BC. Se os R$ 100 fossem aplicados em poupança, o banco teria que recolher apenas R$ 30 ao BC e ficaria com R$ 70 para emprestar, ganhando juros.

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