São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995 |
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Tony Tornado é protagonista de peça de Antonio Callado no Rio
RONI LIMA
Ao estrear hoje no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, a peça, do escritor e colunista da Folha, coloca no palco a dramática luta de um ator negro para ser protagonista de uma encenação. ``É evidente que meu personagem tem a ver comigo, mas não ao ponto de chegar ao desespero no final", diz Tony, enfatizando: ``Mas como ele, eu quero a glória, estar bem posicionado". Nada mais justo, afirma o ator, queixando-se que até hoje não teve o seu trabalho devidamente reconhecido -nem mesmo após o sucesso de seu personagem Gregório Fortunato, chefe da guarda do presidente Getúlio Vargas na minissérie global ``Agosto". Tony já foi bandido (na novela global ``A Viagem") e passou trator em cima de favelados (``Pátria Minha"). ``Agora aqui não, aqui eu sou Pelé", diz. A chance de virar astro surgiu quando a atriz Tessy Callado decidiu produzir a peça nunca encenada de seu pai, publicada no livro ``A Revolta da Cachaça" (editora Nova Fronteira) -que reúne quatro textos do chamado Teatro Negro do autor. Com sua encenação da peça, o diretor Moacir Chaves (de ``Sermão da Quarta-Feira de Cinzas", entre outras) afirma ter procurado evidenciar a presença da cultura negra na sociedade brasileira. Três percussionistas negros ajudam a aquecer o público para o encontro entre Ambrósio, o dramaturgo Vito (Walney Costa) e sua mulher Dadinha (Tessy). Ambrósio tenta forçar o amigo a terminar uma peça em que ele seria o protagonista.``É um sonho fazer uma personagem de Callado. Suas mulheres são mais libertárias, contemporâneas do que as de Nelson Rodrigues, que é um autor mais moralista", diz Tessy. Texto Anterior: R.E.M. mostra ensaios da turnê de 'Monster' Próximo Texto: Autor quer papéis para negros Índice |
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