São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995 |
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Gasparzinho eletrônico conquista os EUA
MARINA MORAES
Quem diria, o fantasminha com dificuldade para fazer amigos está crescido e até ensaia um romance com uma adolescente que decide viver na casa mal-assombrada. Para o pessoal da Industrial Light & Magic (acostumado a inventar nas telas efeitos especiais de fazer cair o queixo) foram dois anos de muito trabalho para dar vida ao Gasparzinho e seus três amigos de traquinagens - Stinkie, Strecht e Fatso. Mesmo para essa gente, que animou de ``Guerra nas Estrelas" a ``Jurassic Park", foi um desafio transformar o personagem de gibi e TV em um fantasma capaz de balançar coração. Só uma cena, que dura 90 segundos na tela, levou oito meses para ficar pronta. As imagens geradas por computador que aparecem no filme ocupariam o equivalente a 19 milhões de disquetes, ou 28 trilhões de bytes. Quem viu ``Jurassic Park" deve estar se perguntando: depois de criar aqueles dinossauros, que se movimentam como bichos de verdade, o que mais poderiam inventar os malucos da Light & Magic? Pois é só esperar por Gasparzinho. De certa forma, criá-lo foi mais difícil do que resgatar para a vida os animais pré-históricos. Para os artistas que trabalharam no filme, o fantasminha é o primeiro ``personagem digital" da história do cinema, capaz de demonstrar emoções como um ator de verdade. Quem acompanha a evolução dos efeitos especiais em Hollywood convida a um exercício para provar que nunca houve nada como Gasparzinho: basta compará-lo a fantasmas de outras gerações, como os que aparecem no filme ``Poltergeist". Nada dos velhos truques de luz. Cada aparição dos fantasminhas teve que ser ``pintada" digitalmente num computador de última geração, um processo complicado que envolveu a escolha entre centenas de tons e texturas, com o objetivo de encaixar os personagens da forma mais natural possível nas cenas filmadas em celulóide. O visionário George Lucas, um dos fundadores da Light & Magic, costuma dizer que ainda vai chegar o dia em que atores e atrizes vão trabalhar num cenário inventado por computador, dispensando as locações e a espera dos diretores por aquele pôr-do-sol especial. Texto Anterior: SÓ MAC Próximo Texto: Computador terá imagens tridimensionais Índice |
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